Goste ou não do ator, escolher um novo Super-Homem depois de Henry Cavill não era, de todo, uma tarefa fácil. A fasquia estava elevada e os fãs estavam divididos. Mas a verdade é que David Corenswet convence. Aliás, convence mesmo muito. Tudo neste ator grita Super-Homem, e aqui não estamos a falar apenas pela presença física, mas pela forma como encarna Clark Kent de forma autêntica.
Superman: Já fomos ao cinema e… Vale a pena!
O super-homem não pode existir sem Clark Kent. Dito isto, se Cavill foi, em muitos momentos, um Super-Homem poderoso e carismático, também é verdade que era mais ele próprio do que propriamente o repórter desajeitado de Smallville.
Corenswet, por outro lado, é estranho, é humano, é até frágil quando tem de ser.
Isso, para quem conhece bem o personagem, é exatamente aquilo que torna este herói tão único.
Entretanto, vale a pena dizer que o resto do elenco acompanha o nível. Não há falhas gritantes, nem escolhas que nos façam revirar os olhos. Há química, há equilíbrio e até surpresas. Tenho duas para salientar. A primeira Lex Luthor (Nicholas Hoult), a segunda Eve Teschmacher (Sara Sampaio). Este é um Lex a sério, ao estilo daquilo que o pessoal da minha idade viu nas séries e desenhos animados que passaram na TV durante décadas. Depois temos ainda a prestação de Sara Sampaio. Confesso que fui ver com expectativas modestas em relação à portuguesa, mas fiquei positivamente surpreendido. A entrega foi real, honesta, e encaixou de forma natural no tom do filme. Sem exageros, sem forçar, mas com presença. Pode ser o início de algo bonito.
Aliás, tenho uma outra presença a salientar… O cão (Krypto)! Não tenho dúvidas, tenho um igual em casa, que tem tanto de leal como de trapalhão e fanfarrão. Posso dizer que tenho um cão igual ao super-homem!
Quanto ao filme em si, não estamos só a falar de uma boa estreia para o novo universo da DC. Estamos também perante um dos melhores filmes de Super-Homem alguma vez feitos. É um reboot com cabeça, tronco e coração. Não tenta reinventar a roda, mas também não se limita a repetir fórmulas antigas. Respira respeito pela personagem e pelo legado, ao mesmo tempo que dá espaço para novas ideias. E há mesmo muitas ideias para explorar.
Resumindo? Vale muito a pena ver.
Mesmo que sejas daqueles que já não acredita na DC, dá-lhe uma oportunidade. Este filme pode ser o começo de algo realmente especial.