Eu ainda sou do tempo em que era completamente normal jogar em ecrãs divididos, em que as ações do nosso colega de jogo tinham de facto impacto na nossa própria jogabilidade. Feliz ou infelizmente, hoje em dia isto já não é muito normal. Com os jogadores a preferirem experiências multiplayer muito mais focadas na skill individual, em vez de trabalho cooperativo.
Mas, ainda existem algumas gemas no mercado que permitem voltar atrás no tempo, e claro, ter uma experiência de jogo diferente de tudo o resto. Estamos a falar de “A Way Out”, “It Takes Two”, e agora de “Split Fiction”. Tudo jogos incríveis, e diferentes de tudo o resto que poderá encontrar nas prateleiras.
São horas de diversão, e se tiver possibilidade de jogar com a sua cara metade, também de muito bullying. É incrível!
Split Fiction (Análise) Um jogo diferente que faz falta!
Portanto, Split Fiction é a nova aposta da Hazelight Studios, um estúdo muito conhecido pelo premiado “It Takes Two”, que agora tenta levar um pouco dessa experiência a um nível um pouco diferente, e inegavelmente mais evoluído.
Dito tudo isto, desta vez deixamos para trás os “bonecos”, para lidar com pessoas um pouco mais reais, que claro está, também têm problemas igualmente reais.
Neste caso mais específico, temos uma história a acompanhar Zoe e Mio, duas autoras fracassadas que caem numa armadilha de uma empresa de tecnologia, que de forma extremamente tecnológica, quer roubar as suas ideias. Assim, presas dentro de um sistema virtual, estas duas pessoas (extremamente diferentes!), precisam unir forças para escapar e impedir o plano da empresa maléfica.
- Nota: Ou seja, além de uma experiência co-op, este jogo traz uma crítica à apropriação da arte por IA, refletindo preocupações atuais sobre criatividade e tecnologia.
Como estamos no campo da jogabilidade?
É fluída e acessível, com saltos, corridas em paredes e ganchos para se movimentar com velocidade e precisão. Porém, como deve imaginar, a cooperação volta a ser essencial!
Felizmente, tal e qual como nos outros dois jogos, o sistema evita punições severas, visto que mortes resultam em respawn rápido, e checkpoints são frequentes. Além disso, para permitir que todos joguem, os desafios são equilibrados para jogadores de diferentes níveis.
O jogo reflete as personalidades das duas personagens!
Como dissemos em cima, temos duas personagens muito diferentes, que têm de tentar esquecer essas mesmas diferenças para conseguir chegar mais longe. Por isso, os cenários alternam entre ficção científica e fantasia, refletindo a imaginação das protagonistas. É exatamente por isso que cada nível traz mecânicas e desafios inéditos, mantendo a experiência dinâmica. Vai conseguir transformar-se em fada, gorila, peixe, ou até em porco que faz saltos gigantes graças a… problemas de gases.
Acredito que a parte da fantasia tem puzzles mais interessantes, porém, as fases de ficção ciêntífica, quase sempre baseada em Cyberpunk, mostra mais detalhe e inovação no lado da jogabilidade.
O jogo culmina em um final espetacular, com um dos melhores segmentos já vistos num game cooperativo. Este jogo pode não puxar tanto ao sentimentalismo como “It Takes Two”, mas é inegavelmente um jogo superior em (quase) todos os níveis.
Quantas horas temos aqui?
Estamos a falar de mais ou menos 15 horas, dependendo do seu nível de jogo, ou talvez… Do nível de jogo do seu parceiro.
Vale a pena?
Sem dúvida alguma!