Seguro do telemóvel: estás protegido ou só a pagar mais uma mensalidade?

Compras um smartphone novo, ainda estás a cheirar a plástico, e antes de acabares de pagar já alguém te pergunta: “Quer proteger o equipamento com o nosso seguro do telemóvel?”. Há um vídeo simpático, um folheto com ícones de escudos e checkmarks verdes, e a promessa mágica: se acontecer alguma coisa, está protegido.

Seguro do telemóvel: na cabeça, faz sentido.

O telemóvel custa um balúrdio, vive contigo 24/7 e está sempre em risco de cair, ser roubado ou levar com um café em cima. Pagas mais uns euros por mês e dormes descansado. Pelo menos é essa a ideia vendida.

Entretanto o problema começa quando vemos as letras pequenas. Assim muitos destes seguros têm franquias ou seja, mesmo com seguro, pagas uma parte da reparação do teu bolso. Algumas franquias são tão altas que, em modelos mais baratos, quase não compensa acionar a apólice. Depois vêm as exclusões: quedas em água? Só às vezes. Roubo? Só se houver participação à polícia e prova de “assalto” e não simples furto. Ecrã partido? Em alguns seguros é um extra, ou está limitado a um número reduzido de incidentes.

Outro detalhe: a mensalidade

Um seguro de 7, 8 ou 10 euros por mês parece pouco na hora, mas ao fim de dois anos pode representar uma quantia que, somada à franquia, já quase paga um novo equipamento de gama média. E isto assumindo que usaste o seguro uma vez. Assim se nunca o utilizares, foi dinheiro que simplesmente desapareceu.

Isto significa que todos os seguros de telemóvel são maus?

Não obrigatoriamente. Podem fazer sentido em alguns cenários: smartphones de topo muito caros, pessoas com histórico de azar crónico com ecrãs partidos, quem trabalha em ambientes de maior risco, ou casos em que o seguro inclui serviços realmente úteis (telemóvel de substituição rápido, reparação com peças originais, cobertura alargada a roubo qualificado).

Entretanto antes de aceitares por reflexo, faz contas rápidas: quanto pagas por ano, quanto é a franquia, o que exatamente está coberto e durante quanto tempo. Compara esse valor com o preço do equipamento e pergunta-te honestamente: “se eu puser este dinheiro de lado todos os meses, ao fim de dois anos consigo comprar outro se der asneira?”.

O seguro certo é aquele que te deixa mais protegido, não mais amarrado. Se, no fundo, o que estás a proteger é o lucro da operadora, talvez o melhor “plano de proteção” continue a ser a clássica capa boa, película decente… e um pouco mais de juízo.

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A ferver

Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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