Há alguns dias atrás, falei um pouco sobre o Dacia Bigster, um automóvel que inegavelmente eleva a reconhecida fabricante focada no desempenho/preço a níveis bastante mais premium, mas, ainda assim, sem compremeter a filosofia que lhe deu origem.
Pois bem, hoje vamos falar do Renault Rafale, um automóvel que tenta fazer o mesmo, mas de maneira um pouco diferente.
É que para mim, o Rafale, é o expoente máximo daquilo que a “nova” Renault traz para o mercado. Isto ao ser um carro bonito, chamativo, com excelentes equipamentos, tecnologia de ajuda à condução, etc… Não me perceba mal, eu não estou a dizer que a Renault do “antigamente” era má. Apenas acho que os níveis mudaram, e que a Renault de hoje se aproxima muito mais das marcas normalmente “premium”.
Mas vamos por partes.
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Renault Rafale: o SUV coupé que mete a marca noutro nível!
Portanto, caso ainda não tenha percebido, já é possível encontrar uns quantos Renault Rafale a andar pelo nosso pequeno e velho Portugal. Um modelo que pretende ser a nova bandeira da marca francesa e que chega com uma promessa clara… Quer ser rival do Mercedes GLC ou BMW X4 a um preço bastante mais apelativo.
Aliás, este Rafale é mais do que mais um SUV da Renault.
Com dimensões generosas, linhas de coupé e uma cabine recheada de tecnologia, a marca quer finalmente disputar terreno com os alemães, mas com preços (bem) mais simpáticos, ao mesmo tempo que mete em cima da mesa propostas híbridas que fazem sentido.
Motores: Temos o sensato e o mais puxadinho!
O Rafale chega com duas versões híbridas:
- Full Hybrid com 197 cavalos, tração dianteira e um sistema já conhecido e bastante elogiado do Austral. Oferece um consumo à volta dos 4L /100 e conta com direção às quatro rodas, o que lhe dá alguma agilidade surpreendente para um SUV deste tamanho.
- Plug-in Hybrid (PHEV) com uns bem mais musculados 296 cavalos, tração integral, suspensão adaptativa e até 65 km de autonomia elétrica graças a uma bateria de 22 kWh. A Renault aponta para um consumo teórico de 0,5 L/100 km, mas, como é óbvio, este é um número que só faz sentido em laboratório. Um número mais perto da realidade é 2~3L aos 100 a andar bem.
Interior: premium com truques inteligentes!
O interior é um dos pontos fortes do Rafale.
Sim, segue a mesma linha dos restantes automóveis da Renault. Mas… Vai a um outro nível.
O painel digital estende-se por mais de 24 polegadas, os materiais são de qualidade e o teto panorâmico com opacidade ajustável eletronicamente é daqueles toques que impressiona.
Atrás há muito espaço, a distância entre eixos é muito parecida à do Espace, mas isso nem se sente. O carro é muito apontado, tem boa performance (diria q.b.), e sente-se muito bem a conduzir.
Dito isto, apesar do tejadilho em queda, o que é normal nestes modelos, não se perde muito em habitabilidade. Só a bagageira tem um fundo alto, como acontece nos híbridos.
Conforto e condução: um equilíbrio difícil?
A Renault quis fazer do Rafale um SUV com toque desportivo. E, em parte, apesar de a Renault já não ter aqueles motores que roncam aos respirar cavalos puros lusitanos, a verdade é que de certa forma conseguiu.
A suspensão está bem pensado e é capaz de se adaptar muito bem à condução de qualquer pessoa que sente à frente do volante, os pneus são mais largos e há um foco claro na dinâmica. No entanto, o conforto sofre devido à rigidez, e como o motor não acompanha, a condução não é tão entusiasmante quanto o marketing quer fazer parecer.
Mas… O pacote é todo ele muito interessante, e isso vai agradar à maior parte dos condutores que quer um SUV grande e imponente.
Estilo: Para dar e vender!
Eu já testei vários carros do grupo Renault. Alguns deles têm sido capazes de chamar a atenção, como foi o caso do Renault 5, que espalhou magia pelas ruas de Salvaterra de Magos.
Mas… O Rafale é diferente!
Enquanto o Renault 5 espalhava magia nostálgica, o Renault Rafale consegue chamar a atenção porque é grande, é imponente, e tem linhas realmente muito apelativas. Em suma, é carro que normalmente não costuam ter um simbolo da Renault à frente.
O design é marcante e nota-se a mão do novo designer-chefe da Renault, Gilles Vidal, que veio da Peugeot e que até desenhou o 3008.
Preços e propostas
Os preços começam nos 46 mil euros para o híbrido e sobe uns pózinhos até ao PHEV. São valores “altinhos”, mas é inegavelmente muito carro, visto que levas um rival do GLC Coupé ou do Q5 Sportback pelo preço de um GLA.
Vale a pena?
Se procuras um SUV coupé com bom aspeto, tecnologia a sério, um interior espaçoso e custos acessíveis, o Rafale é uma proposta a considerar. Não é o mais dinâmico, nem o mais confortável da classe, mas pode ser a forma mais inteligente de ter um SUV com pinta premium sem cair no exagero dos preços alemães.