Sábado, Setembro 20, 2025

Relógios automáticos são (quase sempre) mais caros?

Há alguns dias atrás, publiquei um artigo onde falei sobre um super-clone de um relógio automático premium, que apareceu na minha caixa de correio com um aspeto 99% similar ao original. Aliás, até o movimento que lhe dá vida, é algo muito parecido à base de muitos dos relógios mais caros que o mercado tem para oferecer.

Diferença de preço? 50€ vs 6900€. Pode ler mais sobre isto aqui.

Assim, dito tudo isto,, acho que faz sentido perceber como é que estes relógios funcionam, para também perceber o porquê de serem normalmente tão mais caros face a outros relógios mais simples.

Porque é que os relógios automáticos são (quase sempre) tão caros?

comprei um relógio de 6900€ por 40€. É um mundo estranho!

É uma pergunta que surge muitas vezes! Porque raio é que os relógios automáticos custam tanto? A resposta curta é simples: não têm de ser caros. Mas, regra geral, são mais caros do que os relógios de quartzo.

  • O que é um relógio de quartzo? É um tipo de relógio que usa a energia de uma bateria para alimentar um circuito eletrónico que controla um cristal de quartzo. Este cristal, quando sujeito a uma corrente elétrica, vibra a uma frequência precisa, e essa vibração é utilizada para medir o tempo com precisão.
Ainda assim, existem boas razões para serem quase sempre mais caros.

Primeiro, é preciso perceber uma coisa que está muitas vezes na cabeça dos consumidores. Automático não é sinónimo de luxo.

Sim, faz algum sentido que essa ideia tenha ficado colada na cabeça dos consumidores. Isto porque marcas como a Rolex, Omega ou Patek Philippe usam quase exclusivamente movimentos automáticos. Resultado? O público associa “automático” a “caro”.

comprei um relógio de 6900€ por 40€. É um mundo estranho!

Porém, existem marcas como a Seiko, Tissot, Casio ou Hamilton que provam o contrário. Aliás, nos dias que correm, mesmo sem ir aos clones, é possível encontrar modelos automáticos muito bem construídos por menos de 300€. Agora… se vais comparar um Seiko básico com um Omega de milhares de euros, é natural que o valor dispare.

São mundos diferentes.

Montar um movimento automático não é brincadeira

Ao contrário dos movimentos de quartzo, que funcionam com uma pilha e meia dúzia de componentes, um movimento automático pode ter centenas de peças minúsculas, que têm de ser montadas à mão, por relojoeiros com anos de formação.

Isso eleva logo o custo de produção, manutenção, garantia e até reparações em caso de avaria.

É exatamente por isso que marcas mais caras conseguem justificar os preços com maior precisão, melhor reserva de marcha, mais resistência a campos magnéticos, melhor acabamento e funcionalidades extra como hacking seconds, carga manual ou calibração certificada (como os COSC ou METAS).

Quartz vs Automático

Comparar um Casio de 50€ com um automático de 700€ não faz sentido. Mas se puseres por lado a lado um automático acessível com um quartzo de gama média, vais ver que as diferenças de preço já não são tão dramáticas.

Aliás, é aqui que o relógio automático começa a ganhar charme! Visto que é uma peça mecânica viva, sem eletrónica, que trabalha ao ritmo do teu pulso. É um acessório do teu dia, que vive a depender desse mesmo dia.

Produzir em massa um automático? Muito mais difícil

Marcas como a Casio conseguem lançar relógios baratos porque os movimentos de quartzo são simples de montar em massa. Já um automático exige tempo, perícia e testes. A própria assistência em caso de avaria é mais cara, porque não dá para simplesmente trocar o módulo.

É preciso abrir, desmontar, limpar, ajustar, lubrificar, montar… e repetir.

E depois há o “luxo” propriamente dito

Se pensas em marcas como Rolex ou Grand Seiko, aí o preço sobe não só pelo movimento, mas pelo resto: acabamento manual, materiais premium, vidro de safira, cerâmica, braceletes em titânio, polimento Zaratsu, etc..

Além disso, sim, também estás a pagar pelo prestígio da marca. O nome na caixa tem peso.

Em resumo?

Os relógios automáticos são mais caros porque são mais complexos, exigem mais trabalho humano, e muitas vezes representam o expoente máximo da relojoaria mecânica. Mas não precisam de custar uma fortuna. O segredo está em saber o que procuras e o que estás disposto a aceitar em troca.

Há automáticos acessíveis para todos os gostos, e mesmo que não atinjam a precisão de um quartzo barato, oferecem uma experiência muito mais especial. É um outro nível. Isto dito por um utilizador assíduo de relógos inteligentes.

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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