Se te parece que em cada esquina há um supermercado novo, não é impressão tua. Em 15 anos, Portugal viu o número de lojas destas cadeias quase triplicar. Sabe o mais curioso? Não falamos só das grandes cidades.
Até em localidades médias ou pequenas, onde antes reinava a mercearia do bairro, agora há um Pingo Doce, um Continente, um Lidl, um Mercadona e por vezes ainda sobra espaço para um Aldi.
Aliás, na minha “terriola” de Salvaterra de Magos, temos um Continente, um LIDL e ainda um Intermarché. Nas terras logo ao lado temos uma repetição do mesmo esquema. É algo estranho, e que acaba por levantar questões.
Especialmente porque… Apesar do número massivo de supermercados, a realidade é que os preços não baixaram.
Já reparou na quantidade quase absurda de supermercados em Portugal?
O curioso é que, apesar da explosão de oferta, os preços não baixaram. Muito pelo contrário.
Ou seja, temos uma concorrência que, em teoria, deveria beneficiar o consumidor, mas na prática mantém margens confortáveis. Até faz lembrar o lado das operadoras em Portugal, que antes da DIGI, ofereciam todas o mesmo, ao mesmo exato preço.
Mas, aqui há outras vertentes! A jogada é outra. Há quem defenda que é apenas o reflexo de um consumidor que não abdica da conveniência: estacionamento fácil, tudo no mesmo espaço e promoções vistosas que dão a sensação de poupança, mesmo que o cabaz continue caro.
As próprias contas mostram isso! Ou seja, apesar de operarem com margens líquidas supostamente reduzidas, o segredo está bem guardado no volume.
Ou seja, quanto mais lojas existirem, mais produtos são postos a rodar, e claro, mais marcas próprias a ganhar terreno. Além de tudo isto, existe mais poder de negociação com os fornecedores.
No fim, as pequenas mercearias e produtores locais ficam esmagados entre a pressão de vender barato e a impossibilidade de competir com a escala destas gigantes.
Portugal está hoje entre os países da Europa com mais supermercados per capita. Por um lado, dá jeito.
O que é que isto significa para o futuro? Supermercados cada vez maiores, mais uniformizados e com cada vez menos espaço para o comércio local.
Preços?
Em vez de caírem com tanta concorrência, mantêm-se altos. Por vezes demasiado altos. Mas a culpa é nossa. Os supermercados continuam a crescer, porque os portugueses preferem assim.
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