O que define a qualidade de imagem de uma TV? Não é a resolução!

Quando entras numa loja de eletrónica ou navegas online à procura de uma nova TV, és bombardeado por uma sopa de letras: 4K, 8K, QLED, OLED, Mini-LED, NanoCell, HDR10+… A lista é infinita. O instinto natural é olhar para o número maior (8K!) ou para o termo mais brilhante na caixa. Mas a verdade é que as especificações que mais influenciam a tua experiência visual raramente são aquelas que aparecem em letras garrafais. Se queres garantir que a tua próxima maratona de séries ou sessão de gaming tem uma imagem de topo, tens de olhar para além dos píxeis. Mas então o que define mesmo a qualidade de imagem de uma TV?

Qualidade de imagem de uma TV: o que é mais importante? 

1. Contraste: O Rei da Imagem

Se tivesses de escolher apenas uma métrica para definir a qualidade de imagem, seria o contraste.

O contraste é a diferença entre o branco mais brilhante e o preto mais escuro que a TV consegue produzir.

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Screenshot

Por que importa: Uma TV com fraco contraste faz com que as cenas escuras pareçam cinzentas e “lavadas”. Uma TV com excelente contraste dá profundidade e “pop” à imagem, criando aquela sensação de 3D natural.

A regra de ouro: É aqui que o OLED brilha (literalmente), pois consegue desligar píxeis individuais para criar o “preto infinito”. Se optares por LED/LCD, procura tecnologias como Full Array Local Dimming ou Mini-LED, que ajudam a controlar a luz para melhorar o contraste.

2. HDR e Brilho (Nits)

Hoje em dia, quase todas as TVs dizem ter “HDR” (High Dynamic Range), mas nem todas o conseguem mostrar. O HDR não serve apenas para tornar a imagem mais clara; serve para manter detalhes nas sombras e nas luzes fortes simultaneamente.

O segredo: Para o HDR funcionar, a TV precisa de ter capacidade de brilho suficiente (medido em nits) e uma gama de cores alargada (Wide Color Gamut).

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A armadilha: Muitas TVs baratas aceitam o sinal HDR, mas como não têm brilho suficiente, a imagem acaba por ficar pior e mais escura do que se estivesse em modo normal (SDR). Procura TVs que ultrapassem, idealmente, os 600 ou 1000 nits.

3. Processamento de Imagem: O Cérebro Invisível

Podes ter o melhor painel do mundo, mas se o processador for fraco, a imagem vai sofrer. Marcas como a Sony, LG e Samsung investem milhões nos seus chips de processamento.

O processador é responsável por:

Upscaling: Pegar num sinal de TV por cabo (que muitas vezes é HD 720p ou 1080p) e transformá-lo em 4K sem criar “artefactos” ou borrões.

Smart TV nova e imagem pior? Isto desbloqueia a qualidade real

Gestão de Movimento: Garantir que a bola de futebol não desaparece num rasto verde ou que os filmes de ação não parecem novelas (o temido soap opera effect), mantendo a fluidez correta.

Graduação de cor: Evitar aquelas faixas de cor feias (banding) em céus azuis ou pores do sol.

4. Tecnologia do Painel (O Motor)

Aqui entramos na guerra das siglas. Simplificando muito:

OLED / QD-OLED / WOLED: Qualidade de imagem premium, pretos perfeitos, ângulos de visão incríveis. Cuidado apenas com divisões com muita luz solar direta (devido aos reflexos e brilho máximo um pouco menor que os LED de topo).

Mini-LED: A melhor evolução do LCD. Brilho explosivo (ótimo para salas iluminadas) e contraste muito próximo do OLED.

LED convencional (IPS ou VA): A gama de entrada e média. Os painéis VA têm melhor contraste (bons para quartos escuros), os IPS têm melhores ângulos de visão (bons para salas largas com sofás espalhados).

5. Resolução (A Grande Ilusão)

Deixámos isto para o fim propositadamente. A diferença entre 4K e 1080p é notável. Mas a diferença entre 4K e 8K? Para a maioria das pessoas, sentadas a uma distância normal do sofá, é impercetível.

Entretanto não gastes o teu orçamento numa TV 8K de entrada de gama quando podes comprar uma TV 4K de topo (OLED ou Mini-LED) pelo mesmo preço. Assim a qualidade dos píxeis é muito mais importante do que a quantidade de píxeis.

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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