A Polícia Judiciária voltou à carga contra o mercado da IPTV pirata e, desta vez, com resultados bem acima do normal. Ou seja, em uma operação coordenada pela Europol, a PJ ajudou a rastrear 55 milhões de dólares em criptoativos ligados a redes que lucram com a transmissão ilegal de canais premium. (Especialmente os de futebol).
Infelizmente, isto confirma aquilo que já toda a gente desconfiava… O negócio da IPTV pirata não vive de subscrições baratas. Ou seja, vive de estruturas criminosas que gerem receitas milionárias, cada vez mais escondidas em carteiras digitais.
A caça começou em Alicante!
A operação decorreu entre 10 e 14 de novembro, nas instalações do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, em Alicante. A Unidade de Combate ao Cibercrime da PJ trabalhou lado a lado com a Polícia Nacional de Espanha para identificar os grupos que transformam canais roubados em dinheiro real.
O foco esteve em perceber como estas redes movem dinheiro através de criptomoedas e quem controla as carteiras digitais associadas ao esquema.
O mito do “anonimato total” começa a cair?
Durante anos, muita gente acreditou que usar criptomoedas era garantia de invisibilidade. A operação mostra exatamente o contrário. Com ferramentas avançadas de OSINT, análise forense e monitorização de transações, os investigadores seguiram o rasto do dinheiro e conseguiram associar carteiras digitais a suspeitos concretos.
Parceiros de peso, incluindo a Premier League
Antes de mais nada, esta ação só foi possível graças à colaboração com várias entidades do setor privado que têm interesse direto no combate à distribuição ilegal de conteúdos.
Entre elas, destacam-se:
- Audiovisual Anti-Piracy Alliance
- Premier League
- Binance, Chainalysis, Coinbase, Irdeto e Maltego
Entretanto, a PJ confirma que esta cooperação foi essencial para encerrar contas usadas para movimentar receitas ilegais e desmontar circuitos financeiros que alimentavam o negócio.
Mais do que um golpe: é um sinal para o setor?
Para além dos resultados imediatos, a operação reforçou as ligações entre forças policiais e plataformas privadas, ao mesmo tempo que afinou metodologias de investigação digital e financeira.
A pirataria em Portugal continua a crescer, mas o cerco começa a ficar bastante mais apertado. Não está fácil.
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