Todos nós sabemos que a pirataria é ilegal, e apesar de prática, especialmente na economia que se vive, é obviamente uma prática “feia”. Porém, é também uma consequência da forma como o mercado funciona, e de facto, da forma como se tenta defender a coisa… Fica a ideia que só dá mais vontade aos piratas de continuar a fazer das suas.
Mas vamos por partes.
Pirataria dá 250 milhões de prejuízo? Só no mundo da lua!
Portanto, como deve saber, de vez em quando lá aparece mais uma tentativa desesperada de fazer passar a ideia de que o IPTV é a raiz de todos os males da indústria.
Ora, segundo a Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP), a Associação de Defesa das Obras Audiovisuais (GEDIPE) e a Associação de Operadores de Comunicações (APRITEL), o uso de boxes equipadas com aplicações de IPTV pirata causou mais de 250 milhões de euros de prejuízo no ano passado.
Ok… Vamos fazer uma pausa e pensar com calma: 250 milhões… A sério?
Como é que se chega a este valor? Por acaso até é simples. Este número assenta na premissa de que, se as pessoas não tivessem acesso ao conteúdo de forma ilegal, pagariam por serviços legais. O que é obviamente mentira.
Por exemplo, ter acesso aos canais premium de futebol, para ver todos os jogos do seu clube, custa mais de 600€ por ano. Estamos a falar de um valor completamente fora do alcance de um Português normal. Ou seja, isto parece passar a mensagem de que todos os utilizadores de IPTV pirata estariam dispostos – e economicamente preparados – para pagar as mensalidades todas e mais algumas. Spoiler: não estão. Nunca estiveram, nem nunca vão estar.
Ou seja, a realidade é que muitos destes utilizadores nunca iriam pagar, mesmo que não existisse IPTV, porque simplesmente não têm orçamento, ou porque simplesmente não querem saber.
Em suma, não se perde o que nunca se ia ganhar.