A Opel pode estar prestes a dar um passo histórico, mas acima de tudo controverso, dentro da sua estratégia europeia. Ou seja, a marca alemã, agora pertecente ao grupo Stellantis, pondera substituir modelos clássicos e extremamente populares como o Corsa e o Astra por carros elétricos chineses da Leapmotor, vendidos com o emblema Opel.

No fundo, é uma possibilidade que já tínhamos referido há alguns dias atrás, mas que parece cada vez mais próxima da realidade.

• Carros elétricos estão a desvalorizar? É o início de algo!

Fim de uma era para o Corsa e o Astra?

Segundo fontes próximas do grupo, a ideia passa por importar veículos da Leapmotor, como o SUV elétrico Leapmotor B10, e comercializá-los na Europa sob a marca Opel.

Esta jogada permitiria reduzir custos de produção e acelerar a eletrificação da gama, oferecendo assim modelos 100% elétricos ou híbridos abaixo dos 30 mil euros. Um valor muito competitivo face aos rivais diretos, que poderia catapultar a Opel de regresso a outros tempos.

O peso da China na estratégia da Stellantis? É mau?

A decisão reflete o rápido crescimento das fabricantes chinesas no mercado europeu.

Marcas como BYD, MG e Leapmotor estão a conquistar terreno, mesmo com tarifas e barreiras comerciais, graças a tecnologia avançada e preços agressivos.

Dito tudo isto, a Stellantis quer tirar partido da tendência, em vez de apenas ficar encolhida com medo. Ou seja, com esta mudança, a Opel pode passar de uma marca que desenvolve os seus próprios modelos, para fazer de tudo um pouco.

Porém, também pode passar para uma “ponte europeia” de carros chineses, o que levanta questões sobre identidade de marca e valor percebido junto dos consumidores.

Um futuro incerto?

Se o plano avançar, a Opel deixará de ser a marca que construiu ícones do passado, para se tornar um distribuidor europeu de tecnologia automóvel chinesa. É uma aposta que tem potencial, mas é certamente arriscada.

No fundo, a curto prazo, pode reduzir custos e reforçar a presença nos elétricos, especialmente nas gamas onde o preço é ainda uma barreira complicada. Porém, a longo prazo, pode diluir a alma da marca alemã.