A Leak.pt está em Berlim, na GITEX 2025, e como é óbvio, fomos assistir à entrevista a Geoffrey Hinton, conhecido como o “padrinho da inteligência artificial”.
Para quem não conhece, estamos a falar de Geoffrey Everest Hinton, cientista britânico-canadiano que revolucionou o mundo com o seu trabalho em redes neuronais artificiais. É uma figura incontornável no universo da IA, e por isso, quando fala, o mundo tem de escuta. Isto inclui você.
Qual é a mensagem? Bem, a IA vai transformar tudo. Porém, nem tudo vai ser bonito.
Na saúde, a revolução começa dentro de 5 a 10 anos!
Hinton foi claro: dentro de uma década, a inteligência artificial vai ser capaz de acelerar diagnósticos, torná-los mais completos e muito mais fiáveis. Para teres uma ideia, um médico humano acerta em média 40% dos diagnósticos. A IA já chegou aos 50%. E está a melhorar.
Com o tempo, tudo isto significa exames mais rápidos, medicamentos mais bem desenhados, menos efeitos secundários e decisões clínicas muito mais bem fundamentadas.
Mas há um problema! O que acontece a quem hoje faz esses exames? Radiologistas, por exemplo. Infelizmente, muito provavelmente porque sabe o que vai acontecer, Hinton fugiu à pergunta direta sobre os empregos, apenas dizendo que “essas pessoas vão fazer outras coisas”.
Na educação, a IA vai ensinar melhor do que qualquer professor!
Sim, leste bem.
O investigador acredita que a IA vai identificar os melhores métodos de ensino para cada aluno, adaptando-se à sua idade, localização e capacidades. Vai também orientar essas crianças para os caminhos profissionais que melhor se ajustam ao seu perfil. O sistema ideal, personalizado e automatizado. Muito diferente do atual, em que todos são ensinados e avaliados da mesma forma.
E os robôs? Vão fazer o nosso trabalho, 24/7
Robótica inteligente, alimentada por IA, será capaz de substituir humanos em tarefas como construção, logística e até cirurgias. A diferença? Trabalham o dia inteiro, sem pausas, com mais força, mais precisão e menos erros.
Mas e depois… o que sobra para nós?
Hinton tocou num ponto delicado. A AGI, a inteligência artificial geral, que ele também chamou de Super Inteligência. Um sistema tão avançado que já nem precisa de humanos para evoluir. É aqui que começa a parte mais preocupante.
Será que conseguimos controlar algo assim? Será que esses sistemas terão os mesmos interesses que nós? A história mostra que criaturas menos inteligentes podem, por vezes, controlar outras mais inteligentes. Mas não deixa de ser um cenário estranho e desconfortável.
E os empregos? E a dignidade humana?
Substituir humanos por máquinas em massa levanta questões sérias. Hinton falou na possibilidade de um rendimento básico universal. Mas alertou: isso pode resolver a questão financeira, mas não resolve a dignidade, nem o sentido de propósito das pessoas.
Aliás, não há como uma economia sobreviver, quando o dinheiro aparece… Do nada. Isso derrota o próprio conceito do dinheiro.
Ou seja, vamos ter uma sociedade mais eficiente, mais produtiva e com sistemas ultra-avançados. Mas também corremos o risco de ter milhões de pessoas sem função, sem rendimento e sem rumo.
E agora?