Há um post no Reddit que resume na perfeição o estado atual da Samsung no segmento dos smartphones topo de gama. O título é entusiasmado, quase ingénuo. “Damn! The new phone is fire, should I upgrade?”
O que em bom Português, que é uma língua sempre tão boa para ironia, significa “Uau! Que máquina brutal. Será que devo atualizar?”
Mas claro, basta descer dois ou três comentários para perceber que o entusiasmo morre rápido, e é de facto algo muito perigoso para aquilo que a Samsung anda e quer fazer no mercado. Vai ser outro ano em que… Pouco ou nada muda.
Mesmo hardware, outra vez?
O ponto mais repetido é simples. A Samsung continua a reciclar o mesmo hardware há anos, especialmente o que dá vida ao sistema fotográfico. Sensores iguais, lentes iguais, resultados muito parecidos.
Felizmente para alguns, e infelizmente para a Samsung, quando falamos de um smartphone que custa perto de 1.000 euros, isso começa a não colar.
Há quem aceite que o processamento de imagem possa fazer a diferença, e sim, como o SoC é diferente todos os anos, existe sempre potencial para fazer grandes melhorias no lado do software que pode ficar mais inteligente e mais rápido. O problema é que, segundo muitos utilizadores, nem isso está a melhorar de forma consistente. Pelo contrário. Shutter lag, suavização excessiva, resultados fracos em movimento. Tudo críticas recorrentes desde o S22.
Preços a subir, RAM a descer?
Entretanto, outro tema quente é o preço. A perceção geral é que a Samsung quer manter margens de lucro elevadas e isso começa a notar-se em decisões estranhas. Cortes na RAM, versões base cada vez mais limitadas e rumores de regressos a configurações que ninguém quer voltar a ver.
Tudo isto porque o preço de produção aumentou, e isso afeta as margens de cada unidade. Quem tem de pagar isto? De uma forma ou outra? É o consumidor.
Bateria. O calcanhar de Aquiles!
A Samsung nunca foi um grande exemplo no lado das baterias, mas a coisa começa a complicar quando todas as rivais começam a mudar o paradigma.
Ou seja, enquanto marcas chinesas já andam nos 7.000 mAh com tecnologia silício-carbono, a Samsung continua presa aos cerca de 5.000 mAh há anos. Os utilizadores sabem que a tecnologia existe. Sabem que funciona. Sabem que não está a ser usada por escolha, não por limitação técnica.
Upgrade? Talvez, mas podes sempre olhar para o Galaxy do ano passado, ou de há 2 anos atrás. Ficas igualmente bem servido.
A conclusão da maioria é clara. Se tens um S23, S24 ou até um S22 em bom estado, não há razão real para mudar. O salto é pequeno. Em alguns casos, quase inexistente. Há quem diga que o S23 Ultra ainda vai aguentar o resto da década.
Assim, talvez este seja o maior problema da Samsung neste momento. Não é que os telefones sejam maus. Porque não são, continuam a ser (discutivelmente) os melhores Android do mercado. É que já não dão vontade nenhuma de trocar.
Antes de mais nada, o que pensas sobre tudo isto?
