Quinta-feira, Setembro 18, 2025

O cinema está a perder público? Sim, e é natural!

Caso não saiba, o ArrábidaShopping vai fechar 8 salas do total de 20 que tem no ativo. Ficam 12, o que nem é assim tão mau, certo? Porém, isto é apenas o sintoma mais visível de um problema maior: o cinema está a perder público.

Já não é apenas uma questão local. Já existem distritos sem exibição comercial regular, o que mostra que a cultura cinematográfica em sala está a encolher a olhos vistos.

A culpa é da qualidade? Do Preço? Ou de tudo?

cinema, intervalos

Ir ao cinema já não é a experiência acessível de antigamente.

Entre bilhete, pipocas e transporte, facilmente se gasta o equivalente a um mês de streaming. O equivalente, ou muito mais. Duas pessoas a ir a uma sessão de IMAX, com pipocas e bebida, é brincadeira para ir aos 30€.

Há promoções e cartões que tornam a conta menos pesada, mas a perceção ficou: “ir ao cinema é caro”. Infelizmente, quando essa ideia se instala, torna-se difícil competir com o conforto do sofá.

A experiência perdeu qualidade.

Quem ainda paga para estar numa sala de cinema exige uma experiência irrepreensível.

Mas, cada vez mais, o que se encontra são salas com projeções de qualidade duvidosa, som desequilibrado e comportamentos que arruínam o ambiente. Smartphones a brilhar, conversas em voz alta e gente a entrar e sair como se fosse um café.

Depois temos o fim dos intervalos, e claro, o facto de hoje em dia qualquer filme durar sempre entre 2 e 3 horas. 

Quando a ida ao cinema deixa de ser especial e começa a ser irritante, muitos optam por ficar em casa.

O streaming mudou tudo?

xiaomi tv max chega a portugal. cinema (barato) em casa!

A pandemia acelerou o que já estava a acontecer: a migração para o digital.

Hoje, muitos filmes chegam rapidamente às plataformas. Por vezes, pode ver um filme em streaming pirata antes mesmo dele sair em Portugal.

Dito tudo isto, com televisões OLED acessíveis e soundbars Atmos a recriar parte da magia da sala, o espectador pergunta-se: “Vale a pena sair de casa?” Cada vez mais, a resposta é não.

Menos risco, menos variedade

Entretanto, outro fator é a própria oferta. A indústria tornou-se avessa ao risco, repetindo sequelas e remakes até à exaustão. A ausência de filmes médios, originais e diferenciadores empurra o público para alternativas. Se tudo parece igual, por que gastar tempo e dinheiro a ir à sala?

Qual é o futuro?

Em suma, o público não desapareceu. Em vez disso, só deixou de ver motivos suficientes para estar presente. Se nada mudar, o futuro é óbvio.

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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