Parece inofensivo. Atendes o telemóvel, ouves uma voz que não conheces e, quando te perguntam “Está a ouvir bem?”, respondes automaticamente “sim”. Mas essa pequena palavra, a palavra proibida, pode ser a porta de entrada para uma burla que já fez milhares de vítimas em todo o mundo. E o pior? Muitas só perceberam quando já tinham dinheiro a sair da conta ou faturas inesperadas para pagar.
Como funciona a armadilha da palavra proibida
Os burlões sabem que não precisam de muito para enganar alguém. Basta uma resposta curta, gravada no momento certo.
- Assim a chamada parece legítima. Assim o número pode até aparecer no visor como sendo de um banco, da operadora ou de um serviço público.
- Entretanto surge a pergunta armadilhada. Trata-se de algo simples e banal, como “Está a ouvir bem?” ou “É o titular da conta?”.
- O “sim” gravado: capturam a tua resposta automática.
- A manipulação: esse áudio é colado noutro contexto, como “Confirma que aceita o contrato de adesão ao serviço X por 19,99€/mês?”.
- A surpresa desagradável, mais tarde, recebes faturas, débitos ou até cobranças judiciais.
Casos que já aconteceram
Em Espanha, várias pessoas receberam chamadas de falsos serviços de energia. Bastou um “sim” para ficarem com contratos de luz e gás que nunca pediram.
Nos Estados Unidos, há registos de bancos a rejeitarem queixas porque os burlões apresentaram gravações editadas com a voz da vítima a dizer “yes”.
Em Portugal, consumidores já relataram subscrições fantasma em operadoras e seguros, quase sempre depois de atenderem chamadas suspeitas.
Porque caímos tão facilmente?
- Reflexo automático: todos estamos habituados a responder “sim” sem pensar.
- Distração: no carro, no trabalho, em casa, a pressa faz-nos cair no truque.
- Falsa autoridade: quando a voz soa “profissional”, o instinto é confiar.
- Tecnologia de spoofing: os burlões conseguem mascarar o número para parecer oficial.
O que NUNCA deves fazer
Se receberes uma chamada de um número desconhecido, grava estas regras na tua memória:
Nunca digas “sim”. Rvita a todo o custo. Entretanto usa respostas neutras como “Estou a ouvir”, “Quem fala?” ou “Pode repetir?”. Se insistirem em pedir confirmação, pede sempre envio por escrito.
Desliga imediatamente se sentires algo estranho e verifica depois o número na internet ou no site oficial da empresa.
E se já disseste a palavra proibida?
Se já caíste nesta armadilha, ainda podes defender-te:
- Revê as tuas faturas e extratos bancários.
- Bloqueia imediatamente cobranças estranhas junto do banco.
- Reclama formalmente na operadora, seguradora ou empresa em causa.
- Denuncia às autoridades: quanto mais rápido o fizeres, mais hipóteses tens de parar a fraude.
- Informa familiares e amigos: se tu foste apanhado, eles podem ser os próximos.
O medo real
Entretanto o maior perigo deste esquema é que não precisas de fornecer dados bancários, passwords ou documentos. Assim basta uma palavra. Isso significa que qualquer pessoa, desde jovens distraídos até idosos mais vulneráveis, pode ser apanhada.
E é exatamente essa simplicidade que o torna tão assustador: os burlões só precisam de paciência, de um gravador e de alguém do outro lado da linha que diga a palavra proibida.
Na era digital, onde cada vez mais negócios e contratos se fazem à distância, o valor da tua voz nunca foi tão alto. Um simples “sim” pode ser manipulado para te roubar centenas ou até milhares de euros.
Protege-te, partilha este alerta e avisa os mais próximos. Porque, quando se trata de burlas, a prevenção é sempre a melhor defesa.
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