Todos os anos é a mesma coisa. Sai um novo iPhone, um Galaxy topo de gama ou um Pixel renovado, e lá vem o festival: câmaras incríveis, ecrãs ainda maiores, IA que edita fotos sozinha, carregamento sem fios, resistência à água, e mais um monte de “novidades” que… sinceramente, não me dizem nada. Claro que cada pessoa tem o seu gosto, orçamento e marca preferida. Mas depois de tantos anos a trocar de telemóvel, já sei exatamente o que quero e o que dispenso sem hesitar.
Tudo o que não me interessa num smartphone novo (e porquê)
1. Carregamento sem fios? Não uso.
É bonito, é moderno, mas… é lento. E aquece o telemóvel mais do que devia. Sim, o novo Qi2 melhora o alinhamento magnético e até acelera o processo. Mas para quê esperar 1h30 num carregador sem fios quando posso ligar o USB-C e ter 70% de bateria em 20 minutos?
Nunca usei carregamento inverso, e nunca precisei dele. E sim, prefiro ter uma entrada de auscultadores do que essa função.
2. IP68, IP69… IPnada.
Resistência à água e ao pó soa bem no papel. Mas na prática? Nunca mergulhei o telemóvel na piscina, nunca o deixei cair numa sanita (felizmente) e o único líquido que já apanhou foi uma pinga de café no ecrã. É bom ter alguma proteção, mas não pagava mais por isso. A sério se precisas de um telemóvel que sobreviva ao lava-loiça, talvez estejas a usá-lo de forma demasiado radical.
3. Câmaras frontais “topo de gama”? Nem ligo.
Uso a câmara frontal para duas coisas: chamadas no WhatsApp e selfies ocasionais (quando a luz está boa e o ângulo é simpático). Se tem 10MP ou 32MP, não me interessa. Não uso Snapchat nem estou a fazer lives no TikTok. Prefiro que invistam na câmara traseira. Essa sim é usada a sério. A frontal só precisa de ser decente, ponto.
4. 1TB de armazenamento? Para quê?
Vamos ser honestos: quem precisa mesmo de 1TB num telemóvel? Se tens 700GB de fotos, vídeos e apps, talvez o problema não seja o espaço… mas sim a falta de organização. Tenho 256GB e sobra-me espaço. Faço backups no Google Fotos, apago apps que não uso e limpo o WhatsApp de vez em quando. Problema resolvido sem pagar mais por isso.
5. Bateria enorme? Não me aquece (literalmente)
Hoje em dia, praticamente qualquer telemóvel razoável dura o dia todo. E se não durar? Cinco minutos no carro com um carregador USB-C e está feito. Prefiro um telemóvel leve, fino e confortável do que um tijolo com 6.000mAh que pesa mais que o meu powerbank. E com carregamento rápido e powerbanks baratíssimos na Amazon, não vale a pena andar com um calhau no bolso.
O que realmente me interessa num telemóvel
- Um ecrã bonito e brilhante
- Desempenho fluido (sem bugs nem lags)
- Boas câmaras traseiras, especialmente à noite
- Atualizações regulares e software estável
É isso. Não preciso de fantochadas nem do “gadget do momento”. Foi por isso que mantive o meu Galaxy S21 Ultra durante tanto tempo. E só mudei quando as atualizações acabaram não porque a tecnologia ficou ultrapassada.
Ou seja, não deixes o marketing decidir por ti. Assim se o teu telemóvel faz tudo o que precisas, talvez ainda não precises de o trocar. E da próxima vez que vires “carregamento Qi2, câmara de 40MP frontal e IP69++”, lembra-te disto: nem tudo o que brilha vale o hype.