Já alguma vez sentiu que uma música parece diretamente consigo? Segundo uma nova teoria da neurociência, isso pode ser mais literal do que parece: o nosso cérebro e corpo reagem fisicamente à música que ouvimos. Mas afinal o que a música faz ao cérebro segundo a ciência?
Ciência descobriu o que a música faz ao cérebro!
A chamada Teoria da Ressonância Neural sugere que os padrões rítmicos e harmónicos da música sincronizam-se com as oscilações naturais do nosso cérebro. Não ouvimos apenas música — o nosso corpo entra em sintonia com ela.
É por isso que pessoas de diferentes culturas reagem de forma semelhante ao som. Bebés que ainda mal falam já batem o pé ao ritmo, e adultos movem-se intuitivamente ao som de uma melodia. Isto acontece porque o cérebro humano possui padrões de atividade elétrica que se alinham com os ritmos e tons que ouvimos.
O ritmo, por exemplo, ativa oscilações lentas no córtex cerebral. Já os sons mais agudos (as chamadas frequências) fazem ressoar partes como o nervo auditivo e a cóclea. Esta sincronização está na base do prazer que sentimos ao ouvir música, independentemente da formação musical de cada pessoa.
Mas não é tudo instinto. Com o tempo, o cérebro também se ajusta às estruturas musicais do ambiente cultural onde crescemos — um processo chamado de sintonização. Ritmos simples, como o de uma palmada, desenvolvem-se rapidamente. Já estruturas mais complexas, como o compasso, são aprendidas e variam consoante a cultura.
Outro conceito interessante abordado é o “groove”. Ou seja, aquela vontade quase incontrolável de mexer o corpo ao som da música. Curiosamente, a música mais “dançável” tem ritmos ligeiramente imprevisíveis, que obrigam o cérebro a “preencher os espaços”. Esse fenómeno é chamado de ressonância não linear, e parece ser essencial para que a música nos faça mexer.
Segundo os autores, esta teoria não só ajuda a compreender como a música atua no cérebro, como também pode ser útil em áreas como a saúde mental, a educação e até a tecnologia. A música, afinal, não é apenas som — é uma ponte direta entre corpo, mente e emoção.