Não foi por cá, mas o golpe foi grande. A recente operação internacional que derrubou dezenas de serviços de IPTV pirata revelou um mercado paralelo de proporções absurdas na América do Sul, especialmente no Brasil.
Estamos a falar de plataformas com mais utilizadores do que as maiores operadoras de televisão por assinatura da região. São números que deixam qualquer empresa de streaming a suar frio, porque é uma perda de receitas quase inacreditável.
4,6 milhões de “assinantes” na ilegalidade
De acordo com a Alianza Antipiratería, que reúne gigantes como Disney, Globo, Sky e Conmebol, 4.6 milhões de brasileiros pagavam por IPTV ilegal.
Para ter ideia, isto é mais do que a base de clientes da Claro e da Sky juntas.
De facto, muitos destes utilizadores nem se viam como parte de algo ilegal. Ou seja, acreditavam estar a pagar um serviço “normal”, muitas vezes vendido como uma alternativa mais barata à TV tradicional, com centenas de canais, filmes e séries.
Por isso mesmo, quando as plataformas caíram, estes clientes inundaram o Reclame Aqui a exigir reembolsos.
Um esquema global com base na Argentina e na China!
A operação que desmantelou a rede foi conduzida pelo Ministério Público da Argentina, com apoio internacional. Descobriu-se que o centro de controlo estava em Buenos Aires, de onde eram geridos o marketing e as vendas, enquanto a parte técnica e financeira operava a partir da China.
O Brasil era o principal alvo.
Estima-se que as plataformas, entre elas nomes como MagisTV, UniTV e HTV, chegaram a 8 milhões de utilizadores na América Latina, movimentando entre 150 e 200 milhões de dólares por ano.
14 plataformas derrubadas e mais a caminho!
Foram 14 serviços de streaming ilegais encerrados de imediato, incluindo My Family Cinema, TV Express, Cinefly, Vela Cinema e Ritmo TV. Segundo a Alianza. Entretanto, até ao fim de novembro o número pode chegar a 28.
A pirataria ainda é um negócio. Mas cada vez mais arriscado
O que este caso deixou claro é que a IPTV pirata deixou de ser uma “brincadeira” de quem quer poupar uns euros. É um negócio global, altamente lucrativo, com estruturas criminosas, servidores espalhados pelo mundo e esquemas de pagamento sofisticados.
As coisas vão mudar, e não vai ser pouco, ao longo dos próximos meses. Fique atento.
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