A guerra contra a IPTV ilegal está longe de terminar, e ao que tudo indica, vai aumentar de nível dentro de muito em breve. Basta olhar para o que está a acontecer em Itália, na Grécia, e mais concretamente aqui ao lado em Espanha. É que ao que tudo indica, a LaLiga parece finalmente ter encontrado o ponto fraco do inimigo.
Ou seja, depois de anos a tentar bloquear servidores e sites que voltavam a surgir no dia seguinte, por vezes até com mais força, a liga espanhola decidiu mudar o foco. Agora, em vez de desligar cabos, vai cortar o fluxo de dinheiro.
O verdadeiro problema nunca esteve nas transmissões?
Durante anos, as autoridades e a própria LaLiga concentraram esforços em identificar e bloquear endereços IP ligados à transmissão ilegal de jogos. Além disso, a LaLiga também se esforçou muito em fazer queixa de todo e qualquer site que fizesse menção a plataformas de IPTV, mesmo que estas fossem legais. (A Leak.pt também foi alvo da LaLiga no ano passado, pela partilha de uma lista legal e gratuita de IPTV).
Mas o resultado foi sempre o mesmo. Ou seja, os sites caíam num dia e reapareciam noutro com um nome diferente. Por vezes, caia um site, e no outro dia apareciam 3 ou 4 para ir buscar os clientes daquele que tinha caído.
Agora, a estratégia mudou completamente!
A liga, liderada por Javier Tebas, percebeu que a pirataria só existe porque há um sistema económico e técnico muito bem montado por trás. Sistema esse que movimenta milhões através de pagamentos disfarçados e intermediários.
Por isso, a nova abordagem da LaLiga passa por trabalhar com tribunais, organismos de cibersegurança, etc… De forma a identificar quem cobra, onde cobra e por que meios.
Assim, em vez de apagar o fogo visível, a ideia é fechar a torneira que alimenta a fogueira.
Como é que chegámos até aqui?
O plano não surgiu do nada.
De facto, a inspiração veio de uma operação na Argentina, onde uma investigação conjunta conseguiu desmantelar uma rede de IPTV com mais de oito milhões de utilizadores na América Latina.
Mas o mais importante não foi o número de sites fechados. Foi sim o facto de a operação ter destruído toda a estrutura económica da rede, incluindo sistemas de pagamento, servidores e canais de suporte.
Ou seja, pela primeira vez, a pirataria foi tratada como um negócio criminal organizado, e não como simples infrações digitais. Isso fez toda a diferença.
A LaLiga quer agora replicar esse modelo na Europa, começando por Espanha, com apoio da Europol e da Alianza Antipiratería. A correr bem, vai ser replicado em mais sítios, como é óbvio.
E em Portugal?
Por cá ainda se vive um clima de impunidade, porque de facto, qualquer pessoa pode usar qualquer plataforma de pirataria e nada acontece. O que muito provavelmente se deve ao facto de sermos uma região pobre, onde até as autoridades têm elementos que quando chegam a casa têm uma subscrição de IPTV Pirata.
Mas, a realidade é que o mundo está a mudar, e em Portugal também vai existir uma caça às bruxas.
🔥 Este artigo foi útil?
Sê o primeiro a votar 🙂
Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!


