Há uns anos, pirataria significava sacar filmes no eMule, músicas no LimeWire ou comprar DVDs na feira. Hoje, a coisa mudou de figura. O crime organizou-se, ganhou cara de serviço legítimo e passou a chamar-se IPTV pirata.
Sim, em Portugal este é um fenómeno que cresce de dia para dia. O serviço é bom, dá acesso a tudo, e a um valor que parece irrisório face aos custos dos serviços legítimos. Estamos a falar de uma poupança que pode chegar aos 700€ por ano, se quiser ver todos os jogos de futebol do seu clube do coração.
Aliás, o IPTV Pirata não oferece apenas futebol, também tem F1, MotoGP, Ténis, Padel, todos os canais de TV do mundo, filmes, séries, etc… Mas… Apesar de parecer tentador, a realidade pode ser muito diferente. Em muitos casos, estamos a falar de redes que financiam crime organizado, abre portas a ataques informáticos e prejudica toda a indústria do entretenimento.
Não estou a dizer que é o IPTV que se calhar você paga. Mas em alguns casos, existe mesmo muita coisa por detrás.
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Do torrent à “Netflix clandestina”!
Nos anos 2000, o auge da pirataria eram os torrents e os sites de download. Com o streaming legal, muitos acreditaram que a pirataria ia desaparecer. Afinal, quem é que ia preferir downloads manhosos quando tinha Netflix, Spotify ou Disney+ à distância de um clique, e no início, com preços muito interessantes?
Só que os piratas foram rápidos a perceber o jogo.
Criaram serviços que imitam plataformas oficiais: guias de programação, apps com design apelativo, catálogos gigantes e subscrições mensais. A diferença? Zero direitos pagos a quem produz os conteúdos. É uma cópia descarada de uma Netflix, HBO ou Sport TV, mas sem qualquer legalidade.
O que ninguém te diz sobre a IPTV pirata
A promessa de “tudo de graça” esconde riscos sérios:
- Segurança digital: ao instalar apps e ligar-te a servidores piratas, estás a dar acesso aos teus dados. Palavras-passe, contas bancárias, informações pessoais… Se não estiveres atento, tudo pode ser roubado.
- Financiamento de crime organizado: o dinheiro das subscrições vai parar a redes que também operam em tráfico de droga, armas e lavagem de dinheiro.
- Exposição sem filtros: não existe controlo parental. Crianças e adolescentes podem aceder a conteúdos violentos ou pornográficos sem qualquer barreira.
- Ilegalidade: mesmo que a polícia foque nos distribuidores, o consumo é uma violação de direitos de autor. É crime.
O impacto real na indústria?
Sim, é verdade que a pirataria só existe a este nível, porque os preços dos serviços legítimos estão a roçar o absurdo. Mas, a pirataria não é “crime sem vítimas”.
Só na Europa, a IPTV pirata representa milhares de milhões em prejuízos. Esse dinheiro deixa de ir para produtoras, artistas, ligas desportivas e equipas de filmagem.
Menos receita significa menos investimento em novas produções, menos inovação e preços mais altos nos serviços legais. Sim, tu pagas a fatura duas vezes. Uma pela mensalidade que não baixa e outra pelo risco que corres ao assinar um serviço ilegal.
Não existe “almoço grátis”. E no streaming, isso é mais verdade do que nunca.
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