Huawei Pura 80 Pro: Hoje em dia sou utilizador Apple, tenho um iPhone 17 Pro, um Apple Watch Ultra, e agora até tenho uns AirPods Pro 3. Há alguns anos atrás, na faculdade, também tive um MacBook Pro de 2016. É um ecossistema que funciona, quase sempre sem espinhas.
Isto para dizer o quê? Bem, antes desta troca para a Apple, usava Huawei, em tudo. Porquê? Qualidade pura! Qualidade essa que já não sentia no mercado há algum tempo, mas que esteve agora nas minhas mãos durante qualquer coisa como 3 semanas.
Ou seja, este Huawei Pura 80 Ultra é incrível, e talvez até seja o melhor Android que tive a oportunidade de experimentar em 2025. Mas, como deve saber, a Huawei continua sem acesso aos serviços Google, e isso ainda é um grande não em territórios Europeus.
É de facto uma pena… Porque este smartphone tinha tudo para meter a Samsung e Xiaomi a fazer contas à vida.
A Huawei continua a inovar, e não é pouco!

Nos tempos áureos da Huawei, esta era uma das únicas fabricantes que lançava smartphones diferentes em (quase) todas as gerações. Nunca ninguém sabia muito o que estava a caminho do mercado, e de facto, este feeling não existia apenas e só no campo do design.
A gigante Chinesa tinha sempre alguma funcionalidade, algum hardware… Alguma coisa… Que mais ninguém tinha.
Mesmo com sanções em cima, isto continua a ser verdade! Enquanto muitas marcas andam em círculos com os mesmos designs e argumentos reciclados, a Huawei tem subido a fasquia ano após ano. Este Pura 80 Pro é prova disso. É um smartphone que respira qualidade, desde o design até à experiência de utilização.
Aliás, até na caixa temos um conjunto com tudo o que devia ser obrigatório em 2025: carregador rápido de 100 W, cabo USB-C e capa transparente. Um detalhe simples, mas que outras marcas já esqueceram.
Design imponente onde as câmaras são a chave!
A primeira coisa que se nota é óbvia, especialmente nestes tempos em que algumas fabricantes andam a apostar em smartphones mais finos e mais leves. Estamos a falar daquele enorme módulo de câmara nas costas.
Vais amá-lo ou odiá-lo, não há meio-termo.
Pessoalmente, gosto! É diferente, marcante e dá ao telefone uma identidade própria. Além disso, o módulo é tão grande que quase elimina o balanço ao escrever em cima da mesa. Mas, mais importante que isso, o módulo significa performance, e é isso que eu quero.

Entretanto, o peso também é digno de nota… 233 gramas. É um dos smartphones mais pesados do mercado, mas a construção justifica esse número. O vidro Kunlun de 2ª geração é extremamente resistente e o acabamento curvo mantém o ADN dos modelos “Ultra” da Huawei.
Quem vem de iPhones ou de algo mais plano, como a série Galaxy S25, vai precisar de um ou dois dias para se habituar. Mas, a acontecer, também vai valorizar a escolha de design.
Outro pormenor curioso… O sensor de impressões digitais está no botão de energia, e não debaixo do ecrã. Uma escolha diferente, mas prática, e que também abre a porta a alguma personalização.
Ecrã digno de um super topo de gama!
O painel LTPO OLED de 6.8” é simplesmente deslumbrante. Tem brilho máximo de 3000 nits, cores vivas e uma fluidez que rivaliza com qualquer topo de gama atual. Mesmo sob sol direto, o ecrã mantém excelente visibilidade.

As margens super finas também dão uma outra presença ao aparelho.
Câmaras? São sempre o grande trunfo da Huawei!
É aqui que o Pura 80 Ultra brilha, e não é nada pouco. A Huawei criou um sistema fotográfico que rivaliza com os melhores do mundo, incluindo o Xiaomi 15 Ultra que tem sido consistentemente apontado como o smartphone que melhores fotos tira no mercado.
O conjunto traseiro é simplesmente soberbo, com duas lentes telefoto, e o resultado é impressionante em praticamente qualquer condição. A qualidade das fotos diurnas é incrível, com cores fiéis e detalhe absurdo. Até à noite… As fotos ficam sempre incríveis, fora algum lens flare que ainda continua a ser muito típico na fotografia mobile.



O zoom? Provavelmente o melhor do mercado!

O vídeo frontal é o ponto menos entusiasmante. Tem boa estabilização, mas o alcance dinâmico em cenas com muita luz podia ser melhor.
Software: sem Google? Sim, mas cada vez menos drama
Sim, o Pura 80 Ultra não tem Google Play, mas isso já não é o problema que era antes.
O sistema EMUI 15 é fluido, estável e permite aceder a quase tudo através de “truques”. Como é o caso do GBox, uma aplicação que replica as apps da Google (YouTube, Gmail, Drive, etc.) com total funcionalidade e atualizações incluídas.
Há outras formas de trazer o Google para o nosso lado, mas o GBox é o mais simples e eficiente para o mais leigo dos utilizadores.
Dito tudo isto, tudo funcionou perfeitamente durante o teste. Sem erros, sem crashes. A única limitação real está no Android Auto, que nem sempre funciona a 100%.
Desempenho e aquecimento
O desempenho geral é excelente. Mas… Como seria de esperar, não temos aqui o mesmo nível de performance que podemos encontrar no lado da Apple, ou no lado da Qualcomm/Mediatek.
Ainda assim, o chipset Kirin dá conta do recado nas tarefas diárias e até em jogos pesados como Genshin Impact. Por vezes existe um sobreaquecimento, mas nada de grave.
O que pode ser mais grave, é o facto de o Pura 80 Ultra continuar sem 5G devido às sanções Norte-Americanas.
Bateria e carregamento
A autonomia ronda as 6 horas de ecrã ligado, o que é sólido para um topo de gama. O modelo internacional vem com 5170 mAh, enquanto a versão chinesa tem 5700 mAh. (Coisas da União Europeia…)
Mas o destaque vai para o carregamento:
- 100 W por cabo (carregador incluído na caixa)
- 80 W sem fios
- 20 W de carregamento inverso sem fios
- 18 W inverso com fio
Traduzindo? O Pura 80 Ultra carrega tudo. O teu telefone, os teus auriculares e até o da pessoa ao lado.
Veredito: o regresso em grande da Huawei
Estou farto de dizer que a Huawei está a preparar um eventual regresso em grande, e este Pura 80 Ultra é apenas mais um exemplo disso mesmo.
Este é um dos melhores smartphones do mundo. O design é premium, o ecrã é excecional, a bateria é competente e a câmara está num nível que poucos conseguem igualar.
Claro que não é perfeito, a ausência do 5G e problemas com Android Auto acabam por arruinar o potencial que este aparelho poderia ter em mercados como o nosso. Sendo exatamente por isso que poucos o vão adquirir. Mas, em termos daquilo que realmente interessa… É um monstro.

