Gripe A: atenção à falta de oxigénio no sangue (Não é só uma gripe)

Durante anos, habituámo-nos a desvalorizar a gripe. Febre, dores no corpo, algum cansaço e uns dias de cama e passa. O problema é que, neste momento, a Gripe A em circulação está longe de ser inofensiva, e os sinais de alerta estão a aparecer cada vez mais nos hospitais portugueses. Nas últimas semanas, têm-se registado múltiplos casos de Gripe A nas urgências, alguns deles com necessidade de internamento imediato devido a níveis baixos de oxigénio no sangue. O mais preocupante? Em vários casos, as pessoas não se apercebiam da gravidade da situação até avaliação clínica.

A falsa sensação de segurança

O erro mais comum começa logo no pensamento:

“É só uma gripe.”

Muitas pessoas continuam a trabalhar, a circular e a automedicar-se, mesmo com febre persistente, tosse intensa e um cansaço fora do normal. A Gripe A pode evoluir rapidamente para complicações respiratórias, incluindo pneumonia viral, levando a uma diminuição da oxigenação sem sinais óbvios de alarme.

Em linguagem simples: o oxigénio pode estar a baixar e a pessoa nem se apercebe.

Porque é que a Gripe A pode ser perigosa?

A Gripe A é causada pelo vírus Influenza A, que pode provocar uma inflamação significativa dos pulmões. Em alguns doentes, essa inflamação interfere com a troca normal de oxigénio, causando o que os médicos chamam de hipoxemia, ou seja, níveis perigosamente baixos de oxigénio no sangue.

Nem sempre há dor intensa ou falta de ar evidente no início. Em muitos casos, o sinal principal é um cansaço extremo, dificuldade em respirar ao andar ou falar, e uma sensação geral de fraqueza que não melhora.

Sintomas que não devem ser ignorados

  • Se tiveres (ou alguém próximo tiver) Gripe A, não ignores estes sinais:
  • Febre alta durante vários dias
  • Tosse persistente ou agravada
  • Falta de ar, mesmo em pequenos esforços
  • Dor ou aperto no peito
  • Cansaço extremo e fora do normal
  • Sensação de “peso” nos pulmões

Entretanto perante estes sintomas, procurar avaliação médica é essencial.

Quem corre mais riscos?

Alguns grupos são particularmente vulneráveis: Idosos, Pessoas com doenças respiratórias, Doentes crónicos, Pessoas com sistema imunitário fragilizado.

Este não é um artigo para criar medo, mas sim atenção. Assim trata-se de algo pelo qual eu estou a passar, a minha família também e outros milhares em Portugal. A Gripe A não é novidade, mas os casos mais graves estão a aumentar, e a desvalorização continua a ser um risco real.

Se algo não parece normal, ouve o teu corpo. Na dúvida, mais vale ser avaliado do que chegar tarde demais.

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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