Se estiveres num centro comercial ou noutro espaço qualquer e observares algumas pessoas que estejam sentadas vais ver que todas pousam o telemóvel na mesa de forma diferente. Entretanto o que talvez não saibas é que esse pequeno movimento pode revelar muito sobre o estado emocional e até sobre a forma como as pessoas se relacionam com outras. De facto, a forma como pousas o telemóvel revela o teu estado emocional.
Um gesto simples, uma mensagem escondida
Psicólogos comportamentais e especialistas em linguagem não verbal têm estudado a relação entre microgestos e estados emocionais, e um dos comportamentos mais reveladores é justamente a forma como lidamos com o nosso telemóvel.
Se pousas o telemóvel com o ecrã virado para cima…
És provavelmente alguém que gosta de estar disponível e sente-se confortável com a própria rotina. O gesto mostra abertura e atenção. Assim estás preparado para responder a mensagens, ver notificações e interagir com o mundo.
Mas atenção: também pode indicar necessidade de controlo. Segundo a psicóloga britânica Jo Hemmings, pessoas que deixam o ecrã visível tendem a sentir ansiedade quando ficam desconectadas mesmo que inconscientemente.
“É uma forma de manter o contacto com o exterior, mesmo em momentos de descanso.”
Se pousas o telemóvel com o ecrã virado para baixo…
Este gesto é comum em pessoas reservadas, focadas ou que precisam de proteger a sua privacidade. É uma forma discreta de dizer “agora é o meu tempo”, mesmo sem verbalizar.
Segundo um estudo da University of Essex, quem coloca o telemóvel virado para baixo tende a dar prioridade à concentração e a preservar o espaço emocional. No entanto, também pode ser sinal de fadiga social. Sobretudo quando o cérebro precisa de se desligar de estímulos externos.
“É um pequeno ato de defesa emocional”, explica a investigadora Rachel Andrew.
“Mostra que a pessoa precisa de um momento de pausa mental.”
Se deixas o telemóvel longe de ti…
És provavelmente alguém seguro, independente e com boa gestão emocional. Não precisas do dispositivo como extensão constante do teu corpo e isso é um ótimo sinal. A tua mente consegue estar presente no que está a acontecer, sem a tentação de verificar notificações.
Este comportamento também indica autocontrolo e maturidade digital.
Estudos da Harvard Business Review mostram que as pessoas que mantêm o telemóvel fora do alcance durante o trabalho ou refeições são mais produtivas, empáticas e menos stressadas.
Se nunca o largas (nem para comer ou dormir)…
Aí a história muda. Este padrão está associado à ansiedade de desconexão, também conhecida como nomofobia. Ou seja, o medo irracional de estar sem o telemóvel por perto.
Mesmo que digas “é só hábito”, o corpo mostra o contrário:
- tens microtensões nos dedos quando o afastas;
- olhas para o ecrã mesmo quando não há notificações;
- e sentes necessidade de o manter por perto, como se fosse um escudo emocional.
Os psicólogos chamam-lhe “objeto de segurança digital”. Ou seja, algo que te dá a sensação de controlo quando o mundo à volta parece demasiado rápido.
E a posição no ecrã? Também conta.
- Ecrã para cima, desbloqueado: procura de estímulo constante.
- Ecrã para baixo, bloqueado: proteção ou fadiga mental.
- De lado, entreaberto: estado de alerta à espera de algo ou alguém.
- Virado para ti, em silêncio: introspeção e necessidade de conforto.
Parece insignificante, mas o cérebro não faz nada “sem querer”. Cada gesto tem um propósito invisível.
O espelho do teu humor digital
O telemóvel é o objeto que mais tempo passa nas tuas mãos. E, ao contrário do que pensas, é ele que está a revelar detalhes sobre ti e não o contrário.
Se estás tranquilo, pousas com naturalidade.
Tenso, proteges o ecrã.
Se estás ansioso, manténs-no por perto.
E se estás em paz, nem te lembras de onde o deixaste.
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