Fim do PIN: utilizar o multibanco com impressão digital não é perigoso?

A cena é futurista: encostas o telemóvel ao Multibanco, olhas para a câmara, ou pousas o polegar. Voilà! O dinheiro é teu. O cartão de plástico morre, é o fim do PIN e a biometria assume o controlo dos teus levantamentos na rua. Esta transição para as Smart ATMs (Caixas Inteligentes) promete conveniência inédita, mas esconde uma verdade incómoda: ao tornar o teu corpo na chave, os riscos mudam de sítio. Estamos mais seguros ou acabamos de entregar o nosso último segredo aos cibercriminosos?

O fim do PIN: as grandes vantagens

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O adeus ao cartão físico e ao PIN tradicional resolve três problemas históricos da banca de rua:

  1. Segurança Anti-Fraude Quase Perfeita: Os skimmers (dispositivos que roubam dados do cartão) e as câmaras que filmam o PIN tornam-se obsoletos. Ninguém pode roubar a tua impressão digital enquanto a usas numa máquina. É o fim da fraude por clonagem do cartão.
  2. Adeus ao Esquecimento e Roubo: Já não há PINs para esquecer, nem cartões para perder ou ter roubados. Se o teu telemóvel estiver protegido por biometria e for a chave para a transação, só tu podes autorizar o levantamento.
  3. Velocidade Chocante: O processo de levantamento é incrivelmente rápido. A autenticação facial ou por impressão digital é instantânea. É a otimização máxima da tua rotina, perfeita para o ritmo acelerado das cidades.

O reverso da medalha: os riscos de ter o corpo como uma chave

Quando o teu código de acesso é a tua própria biologia, a ameaça muda de forma e torna-se potencialmente mais grave.

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  1. O Risco da Base de Dados Centralizada: Se os bancos começam a guardar milhões de dados biométricos (impressões digitais ou padrões faciais) para autenticação, o risco passa para o servidor. Se esta base de dados for comprometida por um ataque informático maciço, a violação é permanente. Não podes mudar a tua impressão digital como mudas um PIN.
  2. O Problema da Força: É impossível forçar-te a dar o teu PIN sem violência física, mas em teoria, um assaltante pode forçar-te a usar a tua impressão digital ou a olhar para a câmara do ATM. A conveniência em locais de risco transforma-se numa vulnerabilidade física.
  3. Falsos Positivos e Falhas Técnicas: Assim as falhas de reconhecimento ainda existem (o chamado “falso positivo” ou “falso negativo”). Numa transação crítica, um sensor sujo ou mal calibrado pode impedir-te de aceder ao teu próprio dinheiro.
  4. A Questão da Privacidade Total: Ao autenticares a tua identidade biometricamente em qualquer terminal de rua, estás a criar um registo digital e uma trilha de onde e quando fizeste uma transação, elevando as preocupações sobre a tua privacidade.

A biometria veio para ficar

Entretanto apesar dos riscos, a biometria é o avanço lógico para a segurança em ATMs e pagamentos digitais. Os bancos estão a mitigá-los não guardando a tua imagem ou digital, mas sim transformando-as em códigos matemáticos encriptados (tokenização).

No entanto, a responsabilidade é tua: o fim do cartão exige a máxima vigilância no mundo digital. O teu smartphone é agora a tua carteira e a tua identificação. Protege-o como nunca.

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A ferver

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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