Há coisas que dominaram o mundo inteiro e depois desapareceram como se nunca tivessem existido. Durante meses, anos até, eram impossíveis de evitar: toda a gente falava nelas, usava, cantava, partilhava… e de repente, puff, sumiram. O mais curioso? Parecem tão distantes que quase duvidamos que tenham mesmo acontecido. Mas sim, foram reais. E, provavelmente, nesta lista está um fenómeno mundial que fez parte da tua vida.
Os ringtones personalizados: quando o telemóvel era um concerto
Houve uma altura em que ter um toque original era símbolo de status. Pagávamos (literalmente!) por pequenos excertos de músicas, desde “Crazy Frog” até Akon, e havia até quem competisse para ver quem tinha o toque mais alto ou mais engraçado. Hoje, a maioria das pessoas mantém o telefone em silêncio desde… 2011. E pensar que chegámos a pagar por isto!
Angry Birds: do topo do mundo ao esquecimento total
Foram jogos, bonecos, mochilas, até filmes. Angry Birds era um fenómeno global, e a Rovio chegou a dizer que seria o “novo Mario”. Mas depois vieram as microtransações, os remakes, os spin-offs… e a magia desapareceu. Hoje, ninguém sabe sequer onde está instalado o jogo. E mesmo que estivesse, já nem dava vontade de jogar.
As televisões 3D: um fenómeno mundial que ninguém pediu
Lembras-te da promessa de ver filmes “como se estivesses lá”? As TVs 3D custavam fortunas e exigiam uns óculos que, na prática, passavam metade do tempo sem pilhas.
As operadoras lançaram pacotes “premium” só para conteúdos 3D, mas… quase não havia conteúdos 3D. Resultado: milhares de euros gastos para ver um filme e ficar com dor de cabeça.
NFTs e Metaverso: a bolha digital que rebentou sem som
Em 2021, era impossível escapar: NFTs, criptomoedas, terrenos virtuais no metaverso.
Havia quem gastasse milhões por uma imagem de um macaco pixelizado. Neymar, Paris Hilton, e até marcas de luxo entraram na onda. Mas depois… silêncio. Hoje ninguém fala disso, ninguém compra, e as tais “obras únicas” valem menos do que um café. Afinal, a internet não é o melhor sítio para criar “escassez”.
Flash mobs e Harlem Shake: quando o absurdo era arte
Houve um tempo em que deitar-se no chão para tirar uma foto era “cool”. Depois veio o Harlem Shake, com grupos inteiros a dançar de forma aleatória e achávamos genial.
As redes sociais ainda estavam a aprender o que era “viralidade”, e nós éramos os cobaias.
Hoje, ver um flash mob parece uma relíquia de um mundo mais ingénuo e divertido.
Fidget spinners: o brinquedo que prometia curar o stress (e só o aumentou)
De repente, toda a gente tinha um. Escolas proibiram-nos, lojas esgotaram, e os vídeos no YouTube multiplicavam-se. Os fidget spinners diziam ajudar na concentração e aliviar ansiedade, mas rapidamente se tornaram o contrário: barulhentos, irritantes e inúteis.
Duraram um verão e desapareceram para sempre.
MySpace, Blackberry e os símbolos de status que morreram depressa
Antes de o Facebook dominar o mundo, havia o MySpace a rede onde podias escolher a tua música de fundo e decorar o perfil como se fosse o quarto de um adolescente dos anos 2000. Ao mesmo tempo, os Blackberrys eram o sonho de qualquer executivo: teclado físico, e-mails instantâneos, exclusividade. Hoje? Nenhum sobreviveu à evolução dos ecrãs tácteis. O progresso é cruel e rápido.
Gangnam Style, LMFAO e o auge do YouTube inocente
Antes do TikTok, houve um tempo em que um único vídeo podia dominar o planeta inteiro.
“Gangnam Style” foi o primeiro a atingir mil milhões de visualizações, LMFAO fazia “Party Rock” tocar em todo o lado, e nós aprendíamos coreografias inteiras para imitar. Depois, o algoritmo mudou, o humor mudou, e o mundo seguiu em frente. Mas admite: ainda sabes o passo do “Gangnam Style”, não sabes?
O Metaverso, o Second Life e as vidas que ninguém viveu
Prometiam substituir o mundo real. Trabalho, festas, terrenos virtuais, o futuro seria lá dentro. Mas a verdade é que ninguém quis viver num universo de avatares sem propósito.
Mesmo a Meta (Facebook) recuou discretamente, depois de investir milhares de milhões.
Foi o maior “game over” da década digital.
O poder da nostalgia e o ciclo sem fim
O mais fascinante é que tudo isto parecia eterno. As pessoas acreditavam que o 3D era o futuro, que os NFTs iam substituir a arte, que o Angry Birds era a nova Disney. E, no entanto, o fenómeno mundial durou o tempo de um scroll.
A verdade é simples: as modas não morrem, apenas hibernam. Mais cedo ou mais tarde, alguma vai regressar (provavelmente vendida como “retro”). Até lá, resta-nos olhar para trás e rir. Porque todos nós, de uma forma ou de outra, tivemos um ringtone pago, um spinner na mão e um perfil MySpace que achávamos “a coisa mais estilosa do mundo”.
Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!