A dark web tem má reputação. No entanto tudo depende de como é usada. Utilizadores informados conseguem aceder a este lado oculto da internet com responsabilidade, seja por motivos de investigação, privacidade ou curiosidade. Como é possível explorar a dark web em segurança?
Primeiro passo: segurança acima de tudo
A base para uma navegação segura na dark web começa com o Tor Browser, disponível no site oficial do projeto Tor. Evite descarregá-lo através de fontes não oficiais. É que muitos desses sites adicionam software malicioso disfarçado.
Depois de instalado, é essencial alterar as definições de segurança. O nível “Mais seguro” desativa funcionalidades potencialmente perigosas como JavaScript, que pode expor informações sensíveis. Embora possa tornar a navegação mais limitada, aumenta significativamente a proteção.
VPN: sim ou não?
Alguns utilizadores optam por usar uma VPN para ocultar ainda mais a sua identidade. No entanto, é discutível se vale a pena no contexto específico da dark web especialmente se for paga e usada apenas para este fim. As VPNs gratuitas, por sua vez, devem ser evitadas: muitas vendem os seus dados ou partilham o seu IP.
Sistemas operativos alternativos
Se quer levar a segurança ao próximo nível, considere o uso de sistemas operativos como o Whonix ou o Tails OS. O Whonix, por exemplo, corre numa máquina virtual e isola totalmente a sua sessão Tor. Mesmo que descarregue acidentalmente algo perigoso, o risco está confinado ao ambiente virtual.
Atenção à lentidão — é normal
A navegação na dark web é naturalmente mais lenta. O seu tráfego passa por vários nós espalhados pelo mundo, o que ajuda a proteger a sua identidade. Encare essa lentidão como uma prova de que a segurança está a funcionar.
Pesquisar com cuidado
A dark web também tem motores de busca próprios. O DuckDuckGo é o padrão no Tor, mas muitos preferem o Ahmia, que filtra conteúdos ilegais e oferece resultados mais seguros.
Nunca clique em links aleatórios. Verifique sempre os endereços .onion e, se possível, use diretórios fiáveis e bookmarks de confiança. Muitos sites fraudulentos usam URLs semelhantes aos legítimos para enganar utilizadores distraídos.
Regras de ouro para navegar com segurança
Para evitar riscos e problemas legais, é essencial seguir algumas regras básicas:
- Nunca partilhar dados pessoais: nem nome, e-mail, número de telefone ou localização. Se um site exigir registo, crie credenciais falsas e use serviços como o ProtonMail.
- Evite descarregar ficheiros: muitos contêm malware. Se for mesmo necessário, use um sistema como o Whonix para maior isolamento.
- Adote o princípio “ver, mas não tocar”: se vir algo ilegal, saia de imediato. Nunca participe em fóruns que incentivem crimes.
- Evite transações financeiras: mesmo com criptomoedas, o risco de fraude e envolvimento em atividades ilegais é elevado.
- Não fique a navegar sem rumo: entre com um objetivo, pesquise e saia. Quanto mais tempo online, maior o risco.
Sinais de alerta na dark web
Desconfie de qualquer site que:
- Ofereça bens ilegais como drogas, armas, dados roubados ou documentos falsificados ou incentive crimes ou partilhe métodos para os cometer.
- Peça informações pessoais de forma agressiva ou tente instalar software.
- Apresente ofertas demasiado boas para serem verdade.
- Tenha um design desleixado, pop-ups excessivos ou spam.
A dark web não é automaticamente perigosa ou ilegal. Tal como na internet comum, há espaços legítimos e recursos úteis desde sites jornalísticos a fóruns privados sobre privacidade digital. O segredo está na forma como a usa.