No passado dia 11 de Setembro, estreou em Portugal Demon Slayer: Castelo Infinito, um filme incrível no lado da animação, emoção, etc… Que merece ser visto no cinema. Mas a verdade é que, para muitos fãs, a estreia já tinha acontecido há mais de um mês.
O filme saiu no Japão muito antes, no dia 18 de Julho, e apesar das leis duríssimas contra a pirataria na região, rapidamente apareceu completo nas redes piratas. Estamos a falar de torrents, IPTV e até no Telegram.
Não faz sentido!
O problema não é só a pirataria!
A pirataria é fácil de apontar como a grande vilã, mas neste caso a culpa maior é da distribuição. Os estúdios continuam a insistir em janelas de lançamento desfasadas, como se ainda estivéssemos nos anos 90. No entanto, vivemos num mundo digital, em que o streaming nos habituou a estreias globais.
Esperar 1 ou 2 meses para ver algo que milhões já viram… Não cola em 2025. O público já não aceita esperar.
Dito isto, quando falamos de anime, que tem hoje uma comunidade global gigantesca, a demora é ainda mais absurda. O resultado é inevitável! Quem não aguenta ficar de fora, vê o filme antes de chegar às salas nacionais.
Isto é mau para todos. Quem vê em casa já não vê no cinema, e quem trabalhou no filme acaba por ver todo o esforço com uma compensação mais baixa.
A questão essencial: porque não global?
Se a pirataria consegue ser global, porque é que a distribuição oficial não consegue?
Demon Slayer não é um caso isolado, é apenas mais um exemplo de como as editoras e distribuidoras ainda não perceberam que o atraso custa caro. Um lançamento verdadeiramente global, no mesmo dia em todos os países, reduziria drasticamente este problema.
Enquanto isso não acontecer, a história repete-se: os fãs mais dedicados acabam por ver o filme antes de tempo, as salas perdem força, e o modelo antigo de distribuição continua a ser um dos maiores aliados da pirataria.
Como já dissemos várias vezes, o que dá força à pirataria por vezes nem é o preço, mas todas as outras limitações.