Estar sentado é, para muitos, uma forma confortável e conveniente de passar o dia — especialmente à medida que envelhecemos. No entanto, um novo estudo indica que este hábito pode envelhecer o cérebro. De acordo com os investigadores, permanecer sentado durante longos períodos está associado à diminuição do volume cerebral e a problemas cognitivos. Isto independentemente de se praticar exercício físico regularmente.
Estar sentado muito tempo pode envelhecer o cérebro
O estudo, conduzido por cientistas da Vanderbilt University, da Universidade de Pittsburgh e da Universidade Nacional de Seul, analisou o comportamento de 404 adultos com mais de 50 anos. Os participantes foram acompanhados ao longo de uma semana com dispositivos que monitorizavam os seus níveis de atividade. Nos sete anos seguintes, foram submetidos a testes cognitivos e a exames ao cérebro, como ressonâncias magnéticas.
O mais surpreendente? Mesmo os participantes que cumpriam as recomendações oficiais de atividade física — pelo menos 150 minutos de exercício moderado por semana — apresentavam sinais de deterioração cerebral. Isto como se passassem muitas horas sentados. Em particular, os investigadores observaram uma maior redução do hipocampo. Trata-se de uma zona do cérebro essencial para a memória e que é uma das primeiras a ser afetada na doença de Alzheimer.
Embora os dados não provem uma relação direta de causa e efeito, a correlação é clara. Assim mais tempo sentado está ligado a um envelhecimento mais acelerado do cérebro. A conclusão dos investigadores é simples, mas poderosa. Fazer exercício todos os dias não é suficiente se o resto do tempo for passado sentado.
Claro que isto não significa que o exercício físico deixe de ser importante. A atividade regular continua a ser essencial para a saúde física e mental. O que este estudo revela é que não basta compensar as horas passadas sentado com uma caminhada ao final do dia. Assim é necessário repensar a forma como distribuímos o nosso tempo ativo ao longo do dia.
Este é mais um contributo importante para a crescente base de dados que liga o sedentarismo ao declínio cognitivo e à demência. E reforça uma mensagem essencial: levantar-se, mexer-se e fazer pequenas pausas ao longo do dia pode ser um dos melhores investimentos que fazemos na nossa saúde cerebral a longo prazo.
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