Quanta energia consegue fornecer uma porta USB?

É difícil imaginar a era antes das portas USB, quando ligar dispositivos ao computador exigia lidar com uma confusão de ligações proprietárias. Nos últimos anos, no entanto, temos assistido a uma mudança gradual para o USB-C, especialmente em smartphones, portáteis e acessórios. Este novo padrão tem uma ficha mais pequena e reversível, o que facilita bastante o uso. Para além disso, oferece melhorias significativas em termos de desempenho técnico. Mas quanta energia consegue fornecer uma porta USB?

Quanta energia consegue fornecer uma porta USB?

Uma das grandes vantagens do USB-C é a velocidade de transferência de dados. É essencial, por exemplo, para exportar vídeos de grande dimensão em segundos num iPhone (modelos Pro). Mas é também no carregamento rápido que o USB-C se destaca. Ainda assim, se ligar um acessório a uma porta USB-A antiga, ele vai carregar — mas a velocidade pode deixar muito a desejar.

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Potência varia consoante o tipo de porta USB

Embora o USB tenha sido inicialmente criado para transferir dados, desde cedo foi também usado para fornecer energia elétrica. A potência fornecida é medida em watts (W), sendo o valor obtido através da multiplicação da voltagem (V) pela corrente (A). As versões USB 1.0 e 2.0, por exemplo, fornecem 5V a 0,5A, o que equivale a apenas 2,5W. É suficiente para pequenos dispositivos como auscultadores sem fios ou ratos.

A versão 3.0 aumentou essa capacidade para 5V a 0,9A (4,5W), com algumas portas a conseguirem chegar a 1,5A (7,5W), se forem otimizadas para carregamento. Embora estes valores fiquem muito aquém dos carregadores rápidos atuais, continuam úteis em situações de emergência.

Já uma porta USB-C comum (sem suporte para Power Delivery) consegue fornecer 5V a 3A, ou seja, 15W. É mais do que suficiente para carregar a maioria dos telemóveis modernos. Mas quando entramos no território do USB Power Delivery (PD), as coisas mudam de figura: com USB PD 3.0 é possível atingir 100W (20V a 5A) e, com o mais recente USB PD 3.1, até 240W. Isto torna o USB-C uma excelente opção até para carregar portáteis ou alimentar monitores compatíveis.

USB4 no Windows 11, cabo USB-C carregamento rápido, diferenças entre USB 4 e USB 3

O que determina a potência máxima de saída de uma porta USB?

Nos dispositivos com USB-C, quando ligamos algo à porta, existe uma espécie de “negociação” entre o equipamento e a fonte de energia. Graças aos pinos de configuração (CC), o protocolo PD permite ajustar automaticamente a tensão e corrente ideais. Por exemplo, um smartphone pode solicitar 9V a 2A (18W), enquanto um portátil pode precisar de 20V a 3A (60W). O sistema adapta-se para fornecer apenas o necessário, evitando sobrecargas e perdas de energia.

As versões anteriores, como o USB 3.0, não têm essa capacidade dinâmica, mas ainda assim conseguem ajustar a corrente para evitar danos por excesso de energia.

Tecnologias proprietárias e carregamento mais rápido

Alguns fabricantes conseguiram contornar os limites impostos pelo USB-A através de tecnologias próprias. Exemplos como o SuperVOOC da OnePlus ou o Quick Charge da Qualcomm permitem atingir velocidades de carregamento muito superiores — até cerca de 80W — mesmo usando uma porta USB-A.

No entanto, para tirar partido destes sistemas, é essencial usar tanto o carregador proprietário como o cabo adequado, capaz de suportar correntes mais elevadas. Mesmo no caso do USB-C com Power Delivery, nem todos os cabos são iguais. Muitos cabos vendidos online indicam a potência máxima suportada (por exemplo, 65W ou 100W), mas para atingir os 240W do USB PD 3.1, o cabo tem de ser certificado como compatível com EPR (Extended Power Range).

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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