Se tens DIGI e apanhas metro todos os dias, provavelmente já fizeste esta pergunta em voz alta. “Então mas vocês têm rede no metro ou não têm nada?” A dúvida não é só tua. Um tópico recente no Reddit está cheio de relatos contraditórios. Assim há quem diga que não tem sinal nenhum em Lisboa, outros juram que conseguem navegar no Marquês, no Rato ou em Picoas, e ainda há quem diga que no Porto é sempre tranquilo.
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Afinal, o que é que está realmente a acontecer com a DIGI no subsolo?

Lisboa: pequenos “oásis” de sinal no meio do deserto

Comecemos pela capital. Durante muitos meses, a regra com a DIGI era simples: desces as escadas do metro de Lisboa, o telemóvel transforma-se num pisa-papéis caro. Nada de dados, nada de chamadas, zero.

Isso começou a mudar muito devagarinho. Há cada vez mais relatos de clientes a dizer que já conseguem ter rede em estações como Rato e Marquês de Pombal, e em algumas zonas da linha amarela ou mais à superfície. Não é cobertura total, não é perfeito, e muitas vezes só funciona na plataforma ou mesmo à porta da estação, mas já não é o blackout absoluto de antes.

O problema? A experiência continua super inconsistente. Num lado tens sinal, andas dois minutos de comboio e voltas ao século XIX digital. Os túneis continuam a ser um enorme ponto fraco em Lisboa, especialmente para quem está habituado a ficar ligado de ponta a ponta.

O que a própria DIGI diz sobre o Metro de Lisboa

A história já passou do nível de “desabafo no Reddit” para “tema oficial”. A DIGI veio a público explicar porque é que o metro de Lisboa é um quebra-cabeças tão grande. Segundo a operadora, o problema não é falta de vontade nem de dinheiro: o nó está nas negociações e nas regras de acesso à infraestrutura que já existe nos túneis, construída há anos por MEO, NOS e Vodafone.

A DIGI garante que está disponível para pagar a sua parte justa do investimento e até falou em montar um novo sistema de cobertura que poderia ser usado por todos. Mas, na prática, ainda não há acordo que permita uma presença plena da operadora em toda a rede lisboeta. Resultado: os clientes continuam entre o “às vezes apanho rede” e o “nem vale a pena tentar”.

Porto: aqui sim, rede a sério no metro

Enquanto Lisboa continua em modo novela, no Porto a coisa já está noutra fase. A DIGI anunciou oficialmente que todas as linhas do Metro do Porto têm agora cobertura da operadora, com chamadas, dados móveis e até 5G durante toda a viagem, incluindo os troços subterrâneos.

Isto não é apenas marketing: a expansão foi feita em parceria com o Metro do Porto e confirmada em várias fontes, incluindo o próprio site da operadora e notícias especializadas. Na prática, quem anda todos os dias de metro na Invicta pode usar o tarifário DIGI quase como se estivesse à superfície a diferença é brutal para quem passou anos a ver o ecrã sem barras de sinal.

Porque é que as experiências são tão diferentes?

A resposta curta é: porque Lisboa e Porto estão em fases completamente distintas do processo.

No Porto, houve acordo, investimento e infraestrutura montada com a DIGI já à mesa. Em Lisboa, a operadora chegou depois, o sistema já existia, e qualquer entrada nova implica renegociar investimentos antigos, espaços físicos para equipamento e regras de partilha entre concorrentes. Pelo meio, tens ainda as limitações do próprio metro. Também estações mais fundas, túneis antigos e todos os dramas técnicos que isso traz.

Então… compensa ter DIGI se vives dentro do metro?

Se o teu dia a dia é em Lisboa, passas meia vida debaixo de terra e precisas mesmo de estar sempre online, a verdade é que a DIGI ainda é um compromisso: cá em cima a relação qualidade/preço é excelente, mas lá em baixo continuas a ter de contar com falhas frequentes.

Se te movimentas sobretudo no Porto, ou só usas o metro de vez em quando, o cenário muda completamente. Assim com o metro portuense coberto de ponta a ponta, a DIGI deixa de ser “a operadora que morre nos túneis” e passa a ser uma opção muito séria para quem quer poupar sem perder rede.

No meio disto tudo, há uma pergunta que continua a incendiar comentários e grupos de WhatsApp. “Vocês têm rede no metro?” A resposta, por enquanto, continua a ser: no Porto, sim; em Lisboa… ainda é complicado.