Cancro no copo: sabia isto sobre o consumo de álcool?

O consumo de álcool, seja de forma esporádica ou regular, tem um impacto profundo no organismo. Desde o cérebro ao coração, passando pelos pulmões, músculos, sistema digestivo e sistema imunitário, o álcool exerce efeitos prejudiciais generalizados. Um dos riscos mais graves associados ao seu consumo é o aumento significativo da probabilidade de desenvolvimento de cancro.

Cancro no copo: sabia isto sobre o consumo de álcool?

Estudos científicos já identificaram o álcool como uma das principais causas evitáveis de cancro. Estima-se que seja responsável por dezenas de milhares de casos e mortes relacionadas com a doença a cada ano, em várias regiões do mundo. Estes números ultrapassam, por exemplo, os registados em acidentes rodoviários relacionados com o consumo de álcool.

Desde a década de 1980 que a comunidade científica tem vindo a investigar a relação entre álcool e cancro. As evidências acumuladas demonstram uma ligação clara entre o consumo de álcool e vários tipos de cancro, nomeadamente da boca, garganta, laringe, esófago, fígado, cólon, reto e mama. Também foram observadas associações com o cancro do pâncreas em casos de consumo crónico e excessivo.

Organismos internacionais de saúde, como a Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC), classificaram o álcool como um agente cancerígeno do Grupo 1 — a categoria mais elevada, que inclui substâncias com provas científicas conclusivas de que provocam cancro em seres humanos.

cancro no copo: sabia isto sobre o consumo de álcool?

As orientações nutricionais e de saúde pública mais recentes indicam que mesmo pequenas quantidades de álcool – menos de uma bebida por dia – já são suficientes para aumentar o risco de desenvolvimento de cancro. Apesar disso, uma parte significativa da população continua sem estar plenamente consciente desta ligação entre o álcool e a doença.

O consumo de álcool tem vindo a aumentar em muitos países, refletindo uma tendência preocupante para a saúde pública. Esta realidade é particularmente alarmante quando se verifica que a maioria das pessoas começa a consumir álcool ainda durante a adolescência ou juventude.

Mas afinal, de que forma o álcool pode provocar cancro?

A resposta passa por vários mecanismos biológicos. Quando metabolizado no organismo, o álcool dá origem a uma substância chamada acetaldeído, que é altamente tóxica e reconhecida como cancerígena. Além disso, o álcool pode induzir stress oxidativo, levando à formação de radicais livres que danificam o ADN, proteínas e lípidos das células.

O álcool também interfere com os níveis hormonais, contribuindo, por exemplo, para o aumento do estrogénio, o que eleva o risco de cancro da mama. Além disso, reduz os níveis de vitamina A, que ajuda a regular esses mesmos níveis hormonais. Quando combinado com o tabaco, o álcool potencia ainda mais o risco de desenvolvimento de cancros da boca, garganta e laringe, ao facilitar a absorção de substâncias cancerígenas presentes no fumo.

Existe uma quantidade segura de álcool?

A resposta de muitos especialistas é simples — não. Embora existam recomendações que sugerem limites diários, as evidências mais recentes apontam para o facto de que qualquer quantidade de álcool pode representar um risco para a saúde.

Modificar os hábitos de consumo, ou mesmo optar pela abstinência, é uma das formas mais eficazes de proteger a saúde e reduzir o risco de cancro. Repensar a forma como se encara o álcool no dia a dia é um passo importante na prevenção de doenças graves e na promoção de uma vida mais saudável.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.
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