Estamos a chegar ao fim do verão mas esta burla continua a atacar. Tudo porque procurar uma casa de férias online é hoje tão simples como abrir uma aplicação ou entrar num grupo de arrendamentos no Facebook. Mas essa facilidade também abriu espaço para esquemas cada vez mais sofisticados. Um dos mais comuns é a chamada “burla da caução falsa”, que já fez centenas de vítimas em Portugal, sobretudo nos meses de verão.
Como funciona a burla da caução falsa
O esquema começa de forma aparentemente normal. O anunciante muitas vezes num site de arrendamentos ou numa plataforma de classificados publica fotografias de uma casa ou apartamento de férias a um preço competitivo. As imagens parecem reais, a descrição é convincente e a comunicação com o “proprietário” é simpática e rápida.
O passo seguinte é o pedido de uma caução antecipada. O suposto dono alega que é necessário enviar um valor para “garantir a reserva” ou “assegurar que não há desistências de última hora”. Em alguns casos, pede até cópias de documentos pessoais como parte do processo de reserva.
Depois de receber a transferência, o burlão desaparece. O número de telefone deixa de estar disponível, a conta de email é desativada e, quando a vítima chega ao local combinado, descobre que o imóvel não existe, está ocupado por outra família ou nunca esteve para arrendamento.
Porque é que esta burla continua a resultar
A burla da caução aproveita-se da pressa e da falta de opções em épocas de maior procura. Quem procura férias em agosto sabe que os preços sobem e que muitas casas ficam reservadas rapidamente. Essa pressão leva muitas pessoas a aceitar condições que normalmente recusariam.
Outro fator é a confiança excessiva nas plataformas. Muitos acreditam que, por estar num site conhecido, o anúncio é seguro. Na prática, os burlões utilizam fotografias retiradas da internet, copiam descrições legítimas e até usam perfis falsos com avaliações inventadas.
O impacto para as vítimas
Além da perda financeira, que pode variar entre algumas centenas e milhares de euros, a burla da caução causa um forte impacto emocional. Famílias inteiras chegam ao destino de férias sem ter onde ficar, muitas vezes com crianças ou idosos, e acabam por ter de procurar alojamento de última hora a preços exorbitantes.
Em alguns casos, a situação obriga mesmo a cancelar as férias. Para muitas famílias, isso representa não apenas o prejuízo da caução, mas a perda de dias de descanso esperados durante meses.
Como identificar anúncios suspeitos
Existem sinais claros que podem ajudar a detetar uma burla da caução:
- Preços demasiado baixos para a localização ou época do ano.
- Exigência de pagamento rápido para “garantir a reserva”.
- Comunicação apenas por mensagens em vez de contactos formais.
- Falta de contrato escrito ou de documentação que comprove a legalidade do arrendamento.
- Pedidos de transferência bancária para contas pessoais no estrangeiro.
Se algum destes sinais estiver presente, é melhor desconfiar.
Como te proteger da burla da caução
Para evitar cair neste tipo de esquema, há algumas medidas práticas que deves adotar:
Reserva apenas em sites de confiança com sistemas de pagamento seguros.
Nunca envies dinheiro por transferência direta sem garantias. Prefere sempre métodos que ofereçam proteção ao consumidor.
Confirma a identidade do anunciante e procura opiniões reais de outros hóspedes.
Desconfia de pressa: se o anunciante insiste que tens de decidir “já”, é sinal de alerta.
Evita partilhar documentos pessoais antes de assinar um contrato legítimo.
O que fazer se fores vítima
Se já enviaste dinheiro e percebeste que foste enganado, age de imediato. Logo à partida contacta o teu banco para tentar bloquear a transferência. Entretanto guarda todas as provas: mensagens, recibos, anúncios e dados do anunciante. Apresenta queixa na polícia, fornecendo toda a informação recolhida. Informa a plataforma ou site onde encontraste o anúncio, para evitar novas vítimas.
Entretanto a burla da caução falsa mostra como o sonho de férias pode transformar-se em pesadelo. Os criminosos sabem explorar a pressa, a confiança e o desejo de encontrar um bom negócio. A melhor defesa é a atenção: nunca aceitar condições fora do normal, confirmar sempre a autenticidade dos anúncios e usar apenas métodos de pagamento seguros.
No fim, é melhor perder uma oportunidade aparentemente boa do que perder dinheiro, férias e tranquilidade.
Um grupo que pode ajudar
Os burlões não vão parar. Mas a boa notícia é que, juntos, podemos dificultar-lhes o trabalho. Se queres estar sempre informado, reconhecer as técnicas mais recentes e ajudar a criar uma rede de proteção, procura no Facebook “Não caias em Esquemas! Alerta anti-burla” ou acede através desta ligação e junta-te hoje mesmo. Assim a informação pode ser a única barreira entre ti e o próximo golpe.
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