Reviravolta: metade dos condutores quer voltar aos carros a combustão!

Parecia que o futuro era apenas e só elétrico, certo? Bem, parece que o mundo está a mudar de ideias. Um novo estudo revela que os condutores estão a travar a fundo nas intenções de comprar um Veículo Elétrico (VE) e a olhar novamente com carinho para os carros a combustão. À medida que os governos mudam as regras do jogo sobre o futuro das emissões e dos automóveis, quem paga a fatura, tu, o consumidor, também está a ajustar as preferências. Segundo uma nova investigação da consultora EY, a “febre” dos elétricos está a arrefecer e a incerteza política está a fazer muita gente voltar ao clássico motor a gasolina ou gasóleo.

O regresso da combustão

De acordo com o Mobility Consumer Index da EY, 50% dos compradores de automóveis em todo o mundo planeiam comprar um veículo a combustão nos próximos dois anos.

Isto é um aumento impressionante de 13 pontos percentuais em relação ao mesmo estudo feito há apenas um ano. E o dado mais curioso? A maioria destas pessoas que agora preferem combustão eram, anteriormente, potenciais compradores de elétricos.

Por outro lado, a preferência por veículos 100% elétricos caiu 10 pontos, fixando-se agora nuns modestos 14%. Até os híbridos sofreram uma ligeira queda na preferência, descendo para os 16%.

E não penses que isto é apenas uma tendência nos EUA (onde foi mais acentuada). A intenção de compra de combustão vs. elétrico subiu 11 pontos na Europa.

A culpa é da política (e da carteira)

Mas porquê esta mudança repentina? Dos compradores que ainda consideram um elétrico, mais de um terço está a repensar a compra. A EY diz que 36% culpam as situações geopolíticas pelo adiamento da decisão.

As razões são claras: mudanças massivas e recentes nas políticas governamentais. Vimos os EUA a retirar incentivos fiscais e até a União Europeia a mostrar sinais de hesitação ou flexibilização nos seus mandatos.

Como explica Constantin M. Gall, líder global da EY para a Mobilidade: “Os consumidores estão a pesar a realidade das mudanças políticas, a pressão dos custos e uma infraestrutura de carregamento desigual. A tendência a longo prazo parece ser o abandono de uma abordagem puramente elétrica (‘E-only’) para um futuro mais diversificado.”

Os velhos medos continuam cá

Para além da política, os problemas práticos de ter um elétrico continuam a assustar muita gente:

Ansiedade da Autonomia: 29% dos inquiridos continuam a apontar o alcance como a principal preocupação, mesmo com a chegada de VEs com autonomias gigantescas ao mercado.

Carregamento: 28% estão preocupados com a falta de postos ou a dificuldade em carregar.

Substituição da Bateria: Outros 28% temem os custos astronómicos de trocar a bateria fora da garantia (embora os dados mostrem que elas duram mais do que se esperava).

Ninguém confia na condução autónoma?

O estudo trouxe ainda outro dado interessante: não estamos prontos para largar o volante. Apenas 26% dos consumidores dizem sentir-se confortáveis com condução autónoma de Nível 3 ou superior.

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A maioria (60%) prefere níveis mais baixos de automação, citando o medo de falhas tecnológicas, riscos de acidente e, claro, o preço elevado destas tecnologias.

Em resumo: O mercado está a falar e a mensagem é clara. Enquanto os preços não baixarem e as políticas não estabilizarem, o motor a combustão ainda tem muito quilómetro para andar.

E tu? Se fosses comprar carro hoje, arriscavas num elétrico ou jogavas pelo seguro com um motor a combustão?

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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