Durante anos, fomos alimentando mitos sobre pequenos detalhes dos objectos que usamos todos os dias. A famosa borracha azul “que apaga caneta”, o buraco no pau de gelado, o bolsinho minúsculo das calças de ganga, a bolinha na tampa da caneta ou até aquelas saliências nas teclas F e J do teclado. Parecem pormenores aleatórios, mas quase nunca são. Alguém pensou neles e com um objectivo bem concreto.
A borracha azul não foi feita para salvar testes escritos a esferográfica
Quase toda a gente ouviu a mesma história na escola: a parte cor-de-rosa apaga lápis, a parte azul apaga caneta. Resultado? Folhas rasgadas, buracos nos cadernos e muitos desenhos destruídos.
Na verdade, a parte azul foi pensada para apagar traços mais fortes em papel mais grosso, como cartolina ou papéis de desenho. É um material mais abrasivo, que “come” uma camada do papel. Em alguns casos, até consegue remover tinta de esferográfica mas à custa de arrancar a superfície do papel.
A bolinha na tampa da caneta pode mesmo salvar vidas
Há quem ache que o buraco no tampo das canetas serve para a tinta não secar tão depressa. Mas o motivo principal é outro e bem mais sério: segurança.
Se uma criança (ou adulto) engolir a tampa da caneta, aquele pequeno orifício permite que ainda passe algum ar. Não resolve tudo, mas aumenta as hipóteses de a pessoa conseguir respirar minimamente até receber ajuda. É um pequeno detalhe de design que pode fazer uma enorme diferença numa situação de emergência.
O bolsinho minúsculo das calças de ganga nasceu para guardar relógios
O bolsinho minúsculo dentro do bolso principal das calças de ganga costuma servir hoje para moedas, chaves ou um AirTag. Mas quando os jeans foram criados, esse espaço tinha uma função muito específica: guardar relógios de bolso.
Antes de usarmos relógios de pulso, muitos trabalhadores guardavam o relógio num pequeno bolso frontal, protegido e acessível. O design ficou, mesmo depois de a função original praticamente desaparecer. Hoje é mais herança visual do que necessidade prática.
As saliências nas teclas F e J são o teu GPS no teclado
Se passares a mão pelo teclado, vais sentir duas pequenas saliências nas teclas F e J. Não é defeito de fabrico, é orientação.
Essas marcas mostram onde deves pousar os indicadores quando escreves sem olhar para as teclas. A partir daí, encontras o resto das letras por memória muscular. É uma forma simples de tornar a escrita mais rápida e precisa para quem passa o dia ao computador.
Menos mito, mais design inteligente
Entretanto muitos dos “mistérios” dos objectos do dia a dia não são coincidências nem superstições. São decisões de engenharia e design que resolvem problemas reais: segurança, ergonomia, produção, conforto. A nós chega-nos a parte divertida dos mitos, mas por trás de quase tudo há alguém que pensou em cada milímetro.
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