Há alguns dias atrás, defendi que era errado ver as plataformas de streaming a remover músicas criadas quase inteiramente por inteligência artificial, apenas por serem criadas por máquinas.
Isto porque, acredito muito honestamente que o consumidor deve ter liberdade de escolha. Se uma música nos agrada, mesmo que tenha sido feita sem qualquer dedo humano, não devia haver problema em ouvi-la. A escolha deve sempre recair em nós, e mais ninguém.
Mas a verdade é que, depois de mergulhar um pouco mais no tema, a minha opinião mudou. Não a 100%, mas mudou.
A música feita por IA pode soar bem, mas falta-lhe… alma
Portanto, ao perceber como estas músicas são geradas, mais concretamente ao ouvir algumas “bandas” que apenas criam sons desta forma, ficou claro que há algo de fundamentalmente errado neste processo.
Grande parte destas faixas nasce do roubo do trabalho de outros artistas. As IAs são treinadas com músicas reais, muitas vezes sem autorização, e depois misturam estilos e vozes para criar algo “novo” que, no fundo, é apenas uma mistura digital daquilo que já existe. É por isso que o ouvido humano gosta. Porque vai buscar estilos, e nuances, que nós já conhecemos.
Porém, apesar de resultado poder até soar bem, falta-lhe alma. Além disso, falta também contexto e intenção.
Ou seja, quando tiramos o humano da equação. Ou melhor, a sua vivência, o seu sofrimento, etc… O que fica? Apenas ruído bem produzido. E isso, por mais interessante que seja tecnicamente, não chega para tocar realmente em ninguém.
A coisa passa a ser música que ouves 2 ou 3x, e depois vais retirar da tua lista.
No fim de contas, a IA pode compor, mas não sente. É essa a diferença que, por enquanto, faz toda a diferença.
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