Ao longo da história, poucas promessas despertaram tanto interesse como a busca por fórmulas para abrandar o envelhecimento, aumentar a vitalidade ou prolongar a vida. Entre pílulas milagrosas, dietas da moda e poções duvidosas, poucas soluções resistem ao teste do tempo. No entanto há uma que resulta mesmo mas depende como o faz. O que está provado é que a forma como caminha tem implicações na saúde!
A forma como caminha tem implicações na sua saúde!
Estudos recentes mostram que quem caminha mais de 8000 passos por dia reduz em metade o risco de morte prematura em comparação com quem dá menos de 5000 passos. Ou seja, o limiar para um estilo de vida sedentário. Curiosamente, os benefícios tendem a estabilizar a partir dos 8000 passos. Isto desafia a crença popular de que o “ideal” são 10.000 passos por dia. É um número que, na verdade, surgiu de uma campanha publicitária japonesa nos anos 60, e não de qualquer base científica.
Caminhar rápido faz mesmo diferença?
Nos últimos anos, os investigadores têm-se debruçado sobre uma questão importante: será que caminhar mais depressa traz mais benefícios do que apenas caminhar mais? A resposta parece ser sim — especialmente quando se trata de saúde cardiovascular e envelhecimento.
Transformar uma caminhada descontraída de 14 minutos num passeio acelerado de apenas 7 minutos pode reduzir em 14% o risco de doenças cardíacas. Uma análise com mais de 450 mil adultos no Reino Unido revelou que pessoas que caminham rapidamente (mais de 100 passos por minuto) apresentam uma idade biológica até 16 anos mais jovem do que quem anda devagar.
Mais impressionante ainda é que nunca é tarde para começar
Um homem ou mulher de 60 anos, sedentário, pode ganhar cerca de um ano extra de esperança de vida apenas ao adicionar 10 minutos diários de caminhada rápida à sua rotina.
A velocidade a que alguém caminha pode ser um melhor indicador de saúde futura do que outros fatores clássicos, como a pressão arterial, o colesterol ou até o peso. É também mais relevante do que a alimentação ou a quantidade total de exercício físico realizado.
Talvez a pergunta mais valiosa que um médico possa fazer seja: “Comparado com os outros, quão rápido caminha?”
No entanto, caminhar rapidamente não traz benefícios adicionais para tudo
No caso do risco de cancro, por exemplo, a intensidade da caminhada parece não ser tão determinante. Um estudo recente associou o número total de passos à redução de 13 tipos diferentes de cancro — mas não encontrou vantagens adicionais ao caminhar depressa. Além disso, quebrar longos períodos sentado com pequenas caminhadas leves pode ter efeitos profundos no metabolismo, mesmo que não sejam intensas.
Caminhar também faz bem à mente
Mais do que melhorar a saúde física, caminhar estimula a criatividade, a memória e o humor. Estudos mostram que a produção de ideias criativas duplica durante caminhadas, já que as áreas do cérebro responsáveis pela imaginação e pela memória são ativadas durante o movimento corporal. E quando é na natureza, os benefícios cognitivos e emocionais são ainda maiores. Razão pela qual alguns médicos já prescrevem “receitas de natureza” a pacientes com depressão ou ansiedade.
Num mundo onde a inatividade física alimenta doenças crónicas como diabetes e problemas cardiovasculares, estima-se que 3,9 milhões de mortes prematuras poderiam ser evitadas por ano se todos se tornassem mais ativos.
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