Eu sei que já tentaste fazer isto, tal como eu também tentei no meu velho VW Polo 1.4 TDI que veio das mãos do meu irmão. Dar uma arrancada, rodar um bocadinho o volante, e toca de puxar o travão de mão para ver o que acontece. Também era giro parar com o travão de mão à porta de alguém, só para fazer figura de pintas.
Mas, hoje em dia, isto é impossível. O velhinho travão de mão que puxavas… Deixou de existir. Agora é um simples botão.
Travão de mão desapareceu… Tudo eletrónico! Porquê?
Portanto, se já entraste num carro recente e ficaste a olhar para o túnel central à procura do travão de mão, não estás sozinho.
Aquela alavanca clássica, boa para estacionar em subidas e para brincar em parques de estacionamento vazios, está a desaparecer a um ritmo acelerado. Hoje em dia, no lugar dela surge um pequeno botão, discreto, quase sem presença.
É o chamado travão de estacionamento eletrónico.
A questão é… Porquê? Não seria mais barato ter o travão de mão antigo?
O travão de mão clássico ocupava demasiado espaço
O travão de mão tradicional funciona com cabos mecânicos independentes do sistema hidráulico dos travões. É simples, eficaz e fiável, mas também é um pesadelo para quem desenha interiores de automóveis.
Entre a alavanca, os cabos, os pontos de fixação e o espaço necessário para tudo funcionar sem interferências, os fabricantes tinham menos liberdade para desenhar consolas centrais, porta-objetos, suportes de copos ou simplesmente interiores mais limpos e modernos.
Num mundo onde cada centímetro conta, isto começou a ser um problema sério.
O travão elétrico libertou quem pensa em interiores automóveis
Agora, em vez de cabos, há software, sensores e um simples botão.
Isto permite aos fabricantes colocar o comando praticamente em qualquer sítio. Pode estar junto à caixa de velocidades, no tablier, ou até integrado noutro conjunto de comandos. Resultado? Mais espaço, mais liberdade de design e interiores mais limpos.
Não é coincidência que praticamente todos os elétricos e híbridos usem este sistema. O travão elétrico encaixa perfeitamente numa arquitetura cada vez mais digital.
Mais conforto e mais automatismos
Aqui entra a parte que muitos condutores acabam por apreciar, mesmo que ao início torçam o nariz.
Com um travão eletrónico, o carro pode ativar automaticamente o travão quando desligas o motor e libertá-lo quando arrancas. Em subidas, funciona em conjunto com sistemas de ajuda ao arranque, evitando que o carro descaia. Em trânsito, pode até integrar-se com sistemas de condução assistida.
Tudo isto seria impossível, ou pelo menos muito mais complexo, com um travão de mão puramente mecânico.
E a fiabilidade?
É aqui que surgem as críticas mais comuns. Um travão mecânico é simples e, em caso de falha elétrica, continua lá. Um travão eletrónico depende de motores, sensores e software.
Na prática, os sistemas modernos são bastante fiáveis e têm redundâncias. Mesmo em caso de falha elétrica total, existem procedimentos de desbloqueio de emergência. Ainda assim, é compreensível que quem gosta de mecânica simples continue a preferir a velha alavanca.
Então porque é que a indústria mudou mesmo?
Porque o travão de estacionamento eletrónico é mais fácil de integrar, mais flexível para o design, permite mais funcionalidades automáticas e encaixa melhor num carro moderno cheio de eletrónica.
Em suma, o travão de mão tradicional não morreu por ser mau. Morreu porque já não se encaixa na forma como os carros são pensados hoje.
Antes de mais nada, o que pensas sobre tudo isto?
