A Netflix acaba de revelar um número que mostra bem como o futuro do streaming está a mudar. De facto, 30% de todo o conteúdo da plataforma já é transmitido em AV1, e ao que tudo indica isto é apenas o começo.
Mas há melhorias à vista. Afinal de contas, o codec aberto, livre de licenças e muito mais eficiente do que os tradicionais H.264 e HEVC, está prestes a evoluir para o AV2, que promete outra revolução.
Porque é que o AV1 está a ganhar terreno tão depressa?

O AV1 nasceu em 2018 pelas mãos da Alliance for Open Media, um grupo com pesos pesados como Netflix, Amazon, Google, Apple, Microsoft, Mozilla ou NVIDIA. O objetivo? Cortar no consumo de dados sem sacrificar a imagem, e isso nota-se no dia a dia, especialmente em ligações mais fracas, como redes móveis.
Dito tudo isto, a Netflix começou por usar o AV1 em Android em 2020, tirando partido da flexibilidade do sistema e da biblioteca dav1d, altamente otimizada para processadores Arm.
Para TVs, foi preciso garantir suporte em hardware, algo que levou tempo mas que a marca resolveu com certificação direta com fabricantes de chipsets.
Hoje, o AV1 já funciona em praticamente tudo: TVs, browsers, consolas, e inclusive nos chips Apple M3 e A17 Pro.
AV1 HDR já cobre 85% do catálogo!
O passo seguinte era óbvio! HDR. A Netflix implementou AV1 com HDR10+ no início deste ano e já converteu 85% do seu catálogo HDR para o novo formato. A meta é passar para 100% nos próximos meses.
E há aqui uma vantagem importante: o Film Grain Synthesis.
A Netflix remove o grão do vídeo antes da compressão, envia o ficheiro mais leve e volta a reconstruir o grão no dispositivo. No ecrã, a imagem mantém o aspeto cinematográfico, mas a poupança de dados é enorme.
AV2 chega ainda este ano
A AOMedia já confirmou que o AV2 está para chegar antes do final de 2025. Promete compressão ainda mais eficiente e suporte pensado para realidade aumentada, realidade virtual e transmissões divididas em múltiplos ecrãs.
Isto vai alinhar na perfeição com os planos recentes da Netflix, que acabou de fechar a aquisição histórica da Warner Bros. por 82.7 mil milhões de euros. A partir daqui, Game of Thrones, DC Comics, HBO e vários estúdios de videojogos passam a fazer parte da máquina Netflix. Isto se as autoridades permitirem tal coisa.
Assim, com AV1 e AV2, toda esta biblioteca vai chegar ao consumidor de forma mais leve, mais rápida e com melhor qualidade.
