A notícia caiu como uma bomba na Internet! A Netflix vai comprar a Warner Bros. e a HBO Max num negócio avaliado em 82.7 mil milhões de dólares.
Ou seja, de repente, o maior serviço de streaming do mundo passou a controlar algumas das marcas mais poderosas do entretenimento moderno. Estamos a falar de projetos que vão desde “Game of Thrones” e “Dune” até DC, Harry Potter e todo o catálogo histórico da Warner.
É uma fusão que muda por completo o equilíbrio do mercado e reacende várias discussões, algumas delas preocupantes.
Netflix comprou a Warner Bros. e a HBO Max. E agora? Como vai ser?

Portanto, a primeira reação do público foi quase automática. Estamos a falar do medo de que a Netflix estrague a identidade da HBO. Isto porque, quer goste ou não do seu trabalho, a HBO sempre foi sinónimo de séries adultas, arriscadas e intocáveis em termos de qualidade. A Netflix tem outra reputação!
Produz muito, cancela rápido e raramente deixa uma série respirar tempo suficiente para ganhar maturidade. Entretanto, não ajuda o facto de muitos fãs acreditarem que a HBO já não é o que era, enquanto a Apple TV vai ocupando cada vez mais o lugar de “nova HBO”, com produções fortes, consistentes e com espaço para crescer.
Depois surge a segunda preocupação.
Sempre que há menos concorrência, os preços sobem. É inevitável.
A Netflix já mostrou que não tem problema nenhum em aumentar o valor da subscrição, e agora que fica com um catálogo gigantesco nas mãos, e com muito dinheiro investido para o adquirir, o incentivo para subir ainda mais é evidente.
Curiosamente, este tipo de movimentos tem outro efeito bem conhecido.
Empurra mais gente para a pirataria e para o IPTV.
As pessoas estão cansadas de subscrições fragmentadas e cansadas de procurar onde está cada série ou filme que querem ver.
A promessa do streaming era simplicidade e liberdade. Em vez disso, estamos a caminhar para um modelo onde tudo é caro, tudo está espalhado e tudo parece pensado para extrair o máximo possível da carteira do utilizador.
Outra questão inevitável é a regulação.
Esta compra junta um estúdio histórico, um catálogo gigantesco e a maior plataforma de streaming. São demasiados ovos no mesmo cesto para um mercado saudável. Fica a ideia de que isto poderá não passar, pelo menos não nestes moldes.
E Portugal? Não passa ao lado disto.
Como seria de esperar, é quase certo que a marca HBO Max vai desaparecer ou ser absorvida dentro da Netflix, os operadores vão reformular pacotes e as mensalidades devem subir. Seja diretamente na app, seja de forma “disfarçada” através dos pacotes de televisão.
Em suma, no final, o streaming está a perder aquilo que o tornava diferente. Mas, nem todas as mudanças têm de ser para pior.
