A vontade de “fugir” do smartphone está a crescer: demasiadas notificações, tempo de ecrã absurdo, sensação constante de distração. Mas depois aparece a realidade portuguesa: MB Way, apps do banco, WhatsApp, autenticação de contas, mapas, tudo a viver dentro do mesmo dispositivo. É aqui que surge a dúvida. Ainda faz sentido pensar em dumb phones em 2025, ou a solução passa por “domar” o smartphone que já tens?
Dumb phones em 2025: faz sentido largar o smartphone?
Hoje, um dumb phone já não é apenas o Nokia indestrutível dos anos 2000. Há telemóveis simples com 4G, bateria que dura dias e funções muito limitadas, feitos para chamadas e SMS, e pouco mais. Alguns modelos mais modernos trazem um toque de “smart”, com calendário, notas ou até rádio e podcasts, mas continuam longe da avalanche de apps de um Android ou iOS. O problema é que, em Portugal, quase tudo o que é banca digital e pagamentos móveis exige precisamente Android ou iOS. Se queres mesmo MB Way, notificações do banco, tokens de autenticação ou apps oficiais, um dumb phone puro começa logo em desvantagem.
Há opções mais sensatas
Por isso, para muita gente, a opção mais sensata não é abandonar completamente o smartphone, mas transformá-lo num “quase dumb phone”. Em vez de trocar de hardware, trocas de mentalidade e de configuração. Isso passa por remover ou desativar as principais fontes de vício, redes sociais, apps de scroll infinito, jogos e afins e manter apenas o que é ferramenta: chamadas, mensagens, WhatsApp para contactos úteis, apps bancárias, MB Way, mapas, carteira digital, talvez o email.
As próprias funções de bem-estar digital do Android e iOS permitem limitar tempo de utilização por app, bloquear aplicações em determinados horários ou obrigar a passos extra para as reativar. Algumas apps de terceiros vão mais longe, pedindo PIN, atrasos, contadores ou regras difíceis de contornar, para evitar o clássico “hoje abro só mais um bocadinho”.
Outra estratégia é empurrar o consumo de redes sociais para o computador ou tablet. Desinstalas Instagram, Reddit ou TikTok do telemóvel e só acedes quando te sentas propositadamente ao PC. A informação continua disponível, mas deixa de estar permanentemente no bolso. Juntar a isto notificações reduzidas ao mínimo, chamadas, SMS importantes e pouco mais, já muda completamente a relação com o dispositivo, sem perder funcionalidades críticas.
Dumb phone clássico
Para quem quer um corte mais radical, um dumb phone clássico continua a ser uma opção: menos distrações, mais bateria, maior sensação de “off”. Em troca, aceitas voltar à carteira física, ao cartão multibanco tradicional, a câmara fraca e a um dia a dia menos prático em tudo o que depende de apps. Faz sentido sobretudo para quem não usa o telemóvel como ferramenta de trabalho e está disposto a aceitar mais fricção em troca de paz mental.
No fim, o dumb phone não é um milagre tecnológico, é apenas um limite físico para um problema de hábitos. A decisão passa por perceber até que ponto estás disposto a complicar a tua vida digital para simplificar a tua cabeça e se consegues fazê-lo ajustando o smartphone que já tens antes de o mandar “de volta a 1999”.
🔥 Este artigo foi útil?
Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!



