Azul obriga, vermelho proíbe. Quando memorizas esta regra simples, deixas de cair na maior parte das multas causadas por confusão de sinais. Em cidade, basta um segundo a olhar para o GPS para trocar uma seta azul (obrigação) por uma seta em círculo branco com bordo vermelho (proibição). O resultado pode ser coima, perda de pontos e muita frustração. Vamos pôr ordem nisto com exemplos reais e um método fácil de leitura. Assim cuidado com estes sinais quase iguais.

Como ler os sinais quase iguais sem falhar

Olha primeiro para a cor e a forma; só depois para o desenho. Os sinais circulares azuis dizem-te o que tens de fazer. Os circulares brancos com bordo vermelho dizem-te o que não podes fazer. As bandas diagonais pretas costumam indicar fim de uma regra.

Os 5 pares que mais enganam

1) Obrigatório virar à esquerda vs Proibido virar à esquerda

O primeiro é um círculo azul com seta: tens mesmo de virar. Entretanto o segundo é um círculo branco com bordo vermelho: não podes virar. Em avenidas com várias vias e marcas no pavimento, a pressa faz-nos seguir a seta pintada no chão e ignorar o disco… e é aí que nasce a multa. Pára meio segundo, identifica a cor e só depois decide a manobra.

2) Proibido estacionar vs Proibido parar e estacionar

No disco azul com um traço vermelho, estacionar é proibido, mas parar para largar alguém, sem sair do volante e por instantes, ainda é permitido. Entretanto com cruz vermelha, nem parar um segundo. A diferença é pequena no desenho e enorme na carteira. Se tens dúvidas, assume sempre a opção mais restritiva até confirmares.

3) Proibição de ultrapassar vs Fim da proibição de ultrapassar

Dois carros num disco branco com bordo vermelho significam “não ultrapassar”. Quando vês o mesmo símbolo com bandas pretas, termina essa proibição. Muita gente acelera como se todas as regras tivessem acabado e não acabaram. Vale só para a ultrapassagem.

4) Via com prioridade vs Fim de via com prioridade

O losango amarelo dá-te prioridade nas próximas intersecções. O losango com barra preta tira-ta. O erro típico é manter a confiança depois do fim da prioridade, especialmente em zonas com árvores que tapam sinais. Sempre que vires o losango riscado, volta ao “modo cuidado”: aproxima-te devagar e confirma quem deve ceder.

5) Fim de velocidade máxima (ex.: 50) vs Fim de todas as proibições

Três bandas pretas sobre o número esbatido significam que termina esse limite (por exemplo, 50 km/h). Por outro lado, o disco com várias bandas pretas indica o fim de todas as proibições por sinal: limite, ultrapassagem, etc. Acelerar ao ver “riscas” sem perceber quais é receita para radar.

Exemplos práticos

Entrei à esquerda com seta azul para a direita. É desobediência a obrigação. O truque é treinar o reflexo “cor primeiro”: azul manda, não há volta a dar.

Parei dois minutos numa cruz vermelha. Continua a ser infração. Para descargas rápidas, procura zonas sinalizadas para o efeito ou ruas adjacentes sem restrição.

O que fazer quando o sinal está mal colocado

Entretanto se o sinal estiver tapado, demasiado alto/baixo, recuado da via, temporário sem repetição após cruzamento, ou contradizer as marcas no pavimento, podes contestar. Recolhe fotos do ponto de vista do condutor (dia e noite), mede distâncias relevantes e pede à entidade gestora (Câmara/Concessionária) a planta de sinalização. Na Defesa Prévia à ANSR, explica de forma objetiva porque a sinalização não cumpria a função de orientar.

Método rápido para não falhar

Antes da manobra: respira, identifica cor/forma, confirma se é fim de regra (bandas pretas) e só depois segue a seta. Após cada interseção, assume que as condições podem ter mudado e volta a procurar sinalização.