A pirataria no futebol é um problema óbvio. Não é uma opinião, é mesmo um facto. Hoje em dia, por cinco euros por mês consegues listas IPTV com imagem impecável e todos os canais, sem grandes atrasos face à emissão oficial.
É simples, é barato e, nalguns cantos da Europa, ainda há uma sensação de impunidade que torna a tentação ainda maior. Resultado? Pessoas de todas as idades saltam para a pirataria. Desde o miúdo que quer ver o jogo do seu clube até ao adepto mais old school que não quer pagar mais um serviço de streaming inflacionado.
E sim, os serviços estão demasiado caros para o mais comum dos Europeus. Onde claro está, temos de salientar o típico Português, que com ordenados ridículos no grande esquema das coisas, tem mais onde gastar o dinheiro.
A audiência não é só receita direta
Mas há aqui uma contradição.
Sim, a pirataria rouba receitas aos operadores e aos donos dos direitos. Sim, acaba por prejudicar clubes, ligas e quem investe no produto futebol. Só que, se por um dia a pirataria desaparecesse por completo, o ecossistema também sofreria, e não só pelos motivos óbvios.
É verdade que há muito dinheiro desviado, e de facto, quem paga IPTV Pirata, nem faz ideia para onde esse dinheiro vai. Mas, é inegável que vários dos consumidores de IPTV Pirata não iriam saltar para o lado legítimo da coisa, porque pura e simplesmente não têm condições financeiras para isso.
Ou seja, seriam menos olhos em cima dos relvados, e isso é uma notícia devastadora para todos.
Sim, o futebol vive de direitos de transmissão, claro. Mas vive igualmente de publicidade.
Quando milhões veem um jogo, há uma maquinaria a funcionar por trás! Patrocinadores, marcas que pagam para aparecer, anunciantes que compram tempo de antena. Se a audiência se fragmenta, o valor do espaço publicitário cai.
Menos olhos na televisão significa menos interesse em pagar o que hoje se paga. Algo que atinge, sobretudo, os clubes menos poderosos e as competições menos mediáticas.
Pensa nisto: muitos jogos só existem na forma que conhecemos porque há um fluxo de receitas que os torna sustentáveis. Se esse fluxo secar porque a audiência não é suficiente para justificar o investimento, obtemos menos transmissões, menos exposição para patrocinadores locais e, por fim, menos dinheiro a entrar para quem mais precisa.
Soluções que fazem sentido?
Podemos e devemos lutar contra a pirataria. Mas a solução tem de ser pragmática e inteligente.
- Tornar o produto acessível. Agrupar direitos, oferecer pacotes regionais, criar passes baratos para jogos pontuais. Se for mais barato ver legalmente, muita gente volta atrás. Ninguém quer ser pirata quando nasce. É apenas uma resposta a um problema monetário.
- Melhor experiência. Streaming oficial com qualidade, sem anúncios intrusivos, com opções de multi-ecrã e sem geobloqueios sem sentido. A conveniência conta mais do que muita gente pensa.
Conclusão: Pirataria de futebol?
No fundo, a pergunta que devia guiar tudo isto é simples: queres um futebol mais limpo ou queres um futebol que continue a chegar a milhões de olhos? A virtude está sempre algures no meio.
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