É o drama bianual que volta a atormentar milhões de europeus: avançar ou atrasar os ponteiros? Este ano, a discussão sobre o fim da mudança da hora na União Europeia regressou com a mesma força e a mesma falta de consenso que a colocou no limbo. Afinal, por que razão a Europa não consegue decidir se fica no Horário de Verão (o das tardes longas e infinitas!) ou se regressa ao de Inverno de forma permanente? E o que significa para nós, que só queremos mais sol depois do trabalho? Afinal o que se passa com a mudança da hora?
O voto esmagador que bruxelas ignorou
Vamos recuar a 2018. A Comissão Europeia lança um inquérito, e o resultado é histórico: 84% dos europeus votaram a favor do fim da mudança da hora! O Parlamento Europeu deu luz verde para a abolição, e a ideia era que tudo terminasse em 2021.
No entanto, o “fim” nunca chegou. A proposta esbarrou no Conselho da UE (onde estão os governos dos 27 Estados-Membros), que não conseguiu chegar a um acordo sobre o mais crucial: com que horário devemos ficar?

Opção 1: Horário de Verão Permanente (A Minha Favorita!): Mais luz natural ao final do dia durante todo o ano, bom para o comércio e o lazer.
Opção 2: Horário de Inverno Permanente (A Preferência dos Biólogos): Mais alinhado com o nosso ritmo biológico natural e evita o nascer do sol às 9h30/10h00 no inverno (especialmente para Portugal).
O resultado? Um limbo onde todos concordam que o sistema não presta, mas ninguém consegue concordar na solução, e lá vamos nós ter de mexer no relógio outra vez.
O Fim do Mito: O principal argumento para manter a mudança (a poupança de energia) é hoje considerado marginal. O que sobra são os impactos negativos na saúde.
A Verdade: não é a energia, é nosso cérebro
Os especialistas em cronobiologia são os mais vocais nesta discussão, e o seu argumento é simples: a mudança da hora é má para a saúde.
Ritmo Biológico vs. Relógio Civil: O nosso corpo tem um relógio interno (ritmo circadiano) que prefere que o dia comece com o sol. A alteração sazonal provoca um “jet lag social” duas vezes por ano, associado a maior fadiga, menor concentração e, em alguns estudos, maior risco de problemas cardíacos.
O Grande Problema do Verão Permanente: Enquanto adoro as longas noites de verão, no inverno, um Horário de Verão permanente para países como Portugal e Espanha significaria noites longuíssimas de manhã, com o sol a nascer bem depois das 9h00. Isto impacta o horário de trabalho, as escolas e, sim, o nosso humor.

O Risco Ibérico
O debate volta a aquecer com a recente pressão da Espanha, que quer acabar com a mudança da hora já em 2026. A decisão de Madrid é particularmente relevante para nós.
Se a UE decidir pelo fim, cada país terá de escolher. O risco é Portugal (UTC/GMT) e Espanha (UTC+1, ou UTC+2 se ficarem no Horário de Verão) ficarem com horários fixos diferentes, o que criaria complicações nas fronteiras e no comércio.
E agora, escolhe um Lado!
O que parece melhor? Ficar sempre com o Horário de Verão, aceitando o inverno escuro de manhã em troca de tardes de verão infindáveis? (Voto a favor!)
Ficar sempre com o Horário de Inverno, garantindo manhãs mais luminosas, mas com o sol a pôr-se às 17h00 no verão?
Manter este drama inútil, porque os 27 países da UE não conseguem chegar a um acordo.
O mais provável é que o tema continue a ser adiado no Conselho da Europa. Mas, enquanto isso, a Espanha avança e nós ficamos à espera, com o nosso relógio biológico a dar sinal de cansaço.
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