Pode parecer ficção científica, mas não é. Investigadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, descobriram que um simples rato gaming pode funcionar como um microfone improvisado, capaz de “ouvir” conversas através das vibrações da secretária.
O projeto, batizado de Mic-E-Mouse, revelou uma vulnerabilidade inesperada!
Isto porque os sensores óticos de alta resolução usados em ratos modernos conseguem captar microvibrações que depois podem ser convertidas em som. Em alguns casos, foi possível reconstruir frases inteiras com até 60% de precisão.
Quando o rato se transforma num espião!
Os ratos gaming atuais, com resoluções acima dos 20.000 DPI e taxas de atualização elevadas, são tão sensíveis que conseguem detetar até as menores irregularidades de uma superfície. É essa precisão que permite movimentos suaves nos jogos e em software de design.
Mas, claro, essa mesma sensibilidade também pode ser explorada. Quando alguém fala perto da secretária, as vibrações das ondas sonoras viajam pela superfície e chegam ao sensor ótico do rato.
Assim, com o software certo, essas leituras podem ser recolhidas e processadas como se fossem sinais de áudio.
Os investigadores usaram técnicas de processamento digital de sinal e redes neuronais para filtrar ruído e reconstruir padrões de fala. O resultado? O rato, teoricamente, podia transformar-se num microfone disfarçado, capaz de captar partes de conversas privadas sem que o utilizador se apercebesse.
Não é (ainda) um ataque real, mas no futuro…
Segundo os autores do estudo, não é necessário malware complexo. Qualquer programa que aceda a dados brutos do sensor do rato, como jogos, apps de design ou até software de streaming, pode servir de porta de entrada.
Assim, embora o Mic-E-Mouse seja apenas um projeto de investigação, ele levanta uma questão cada vez mais relevante: até que ponto os nossos dispositivos “inofensivos” estão a recolher mais informação do que pensamos?
Conclusão
Hoje, isto é apenas uma prova de conceito. Amanhã, pode ser a base para novas formas de espionagem digital.
Curioso, porque se antes tínhamos medo que o telemóvel nos ouvisse, talvez seja altura de olhar com desconfiança para aquele rato RGB que pisca na secretária.
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