Terça-feira, Setembro 16, 2025

Porque é que o teu estômago faz barulho quando estás com fome?

Estás numa reunião silenciosa, na sala de aula ou até no cinema e, de repente, ouve-se aquele som embaraçoso: o teu estômago começa a “falar”. O barulho pode ser discreto ou parecer um trovão interno, mas uma coisa é certa: quase toda a gente já passou por esta situação. Muitos associam imediatamente este som à fome. Mas a verdade é que o estômago faz barulho por várias razões e não é apenas porque está vazio. Para a ciência, este fenómeno chama-se borborigmo, e revela muito sobre como funciona o sistema digestivo.

O que é o borborigmo?

O termo pode parecer complicado, mas descreve algo simples: os sons produzidos pelo movimento de gases e líquidos no trato gastrointestinal. O estômago e os intestinos estão em constante atividade, mesmo quando não estás a comer.

Quando os músculos do estômago e intestinos se contraem para mover alimentos e líquidos, produzem sons semelhantes a gorgolejos.

Esses sons tornam-se mais audíveis quando o estômago está vazio, porque há menos comida a amortecer o ruído.

Portanto, o barulho não é sinal de que o corpo “pediu” comida naquele momento, mas sim um efeito natural do funcionamento digestivo.

O papel da fome

Ainda assim, a fome tem uma relação importante com estes sons. O corpo segue ritmos biológicos e, quando se aproxima a hora habitual das refeições, o cérebro envia sinais ao sistema digestivo para se preparar.

Esses sinais ativam as contrações dos músculos do estômago e intestinos, chamadas peristaltismo.

Ao mesmo tempo, é libertada grelina, a chamada “hormona da fome”, que estimula a atividade digestiva.

Como o estômago está vazio, o som do movimento é amplificado e facilmente audível.

É por isso que os barulhos são mais comuns em jejum ou quando já passou muito tempo desde a última refeição.

Outras causas para o estômago “falar”

Embora a fome seja a explicação mais conhecida, o borborigmo pode ter outras origens:

Digestão ativa: após uma refeição, o movimento para processar os alimentos também gera sons.

Excesso de gases: bebidas gaseificadas ou certos alimentos aumentam a presença de ar no estômago.

Intolerâncias alimentares: pessoas com intolerância à lactose ou ao glúten podem ter sons digestivos mais fortes.

Stress e ansiedade: o sistema nervoso influencia diretamente o trato gastrointestinal, podendo intensificar os barulhos.

Na maioria das vezes é algo normal, mas se os sons forem acompanhados de dor, diarreia ou outros sintomas persistentes, pode ser sinal de algum distúrbio digestivo.

Porque é que parece sempre acontecer nos piores momentos?

Não é coincidência que notes mais estes barulhos em situações de silêncio absoluto. O estômago não escolhe a altura, mas nós tornamo-nos mais conscientes quando estamos numa reunião ou numa sala de exames. Pequenos sons que passariam despercebidos em ambientes ruidosos tornam-se evidentes em espaços calados.

A ligação entre cérebro e intestino

O intestino é muitas vezes apelidado de “segundo cérebro”, porque tem um sistema nervoso próprio (o sistema nervoso entérico). Este comunica constantemente com o cérebro principal e influencia não só a digestão, mas também emoções e estados de humor.

Quando o estômago faz barulho de fome, não é apenas um processo físico: é também o cérebro a avisar que o corpo precisa de energia. Essa ligação explica porque é que, além do som, muitas vezes sentimos irritabilidade ou dificuldade de concentração quando estamos com fome.

Como reduzir os barulhos do estômago

  • Se os “gorgolejos” te causam constrangimento, há algumas estratégias simples:
  • Faz refeições mais frequentes e leves em vez de longos períodos de jejum.
  • Evita bebidas gaseificadas antes de momentos importantes.

Mastiga devagar para reduzir a entrada de ar durante as refeições.

Mantém-te hidratado: beber água ajuda a suavizar os movimentos do estômago.

Controla o stress: técnicas de respiração podem reduzir a hiperatividade do sistema digestivo.

Curiosidade histórica sobre o estômago que faz barulho

Na Grécia Antiga, médicos já falavam dos “sons do ventre” como sinais da saúde do corpo. O próprio termo borborigmo vem do grego borborugmos, que imita o som do gorgolejo. É um exemplo de como os humanos sempre associaram estes barulhos ao funcionamento vital.

O barulho do estômago é muitas vezes motivo de vergonha ou piada, mas na verdade é apenas o corpo a funcionar como deve ser. Nem sempre significa fome pode estar ligado à digestão, à presença de gases ou até ao stress.

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Patrícia Fonseca
Patrícia Fonseca
Gosto de misturar informação útil com uma boa dose de proximidade, como se estivesse a conversar diretamente com cada leitor.Fora do teclado, há uma certeza: se houver jogo de futebol, estou lá. Vou sempre apoiar a minha equipa, esteja onde estiver, porque o futebol é a minha outra grande paixão. Entre gadgets, artigos e estádios cheios vivo tudo intensamente.

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