Caso não saiba, a Intel fez um investimento gigantesco na produção de chips, de forma a começar a aparecer com uma terceira grande força ao lado da Samsung e TSMC. Aliás, esta sempre foi uma das grandes vantagens da Intel face à concorrência! Porém, desde o gigantesco falhanço dos 10nm há alguns anos atrás, a realidade é que a gigante azul dos processadores ficou para trás e nunca mais recuperou.
É exatamente por isso que, apesar de alguma recuperação neste campo, a Intel está a repensar a sua estratégia de fabrico de chips. Segundo a Reuters, a nova liderança da empresa quer deixar de promover o processo 18A a clientes externos e focar tudo no 14A. Ou seja, menos ambição, mais realismo.
Intel pode estar a desistir do 18A… e já tem outro plano
Portanto, Lip-Bu Tan, que assumiu o cargo de CEO em março, parece estar a tentar travar a sangria financeira que tem assolado a empresa. Afinal, caso não saiba, só em 2024, a Intel registou um prejuízo líquido de 18,8 mil milhões de dólares. É a primeira vez que fecha um ano no vermelho desde 1986, o que diz muito sobre o estado da casa.
Dito tudo isto, até aqui, o processo 18A era o trunfo que a Intel queria jogar para atrair gigantes como a Amazon, Microsoft, Apple ou Nvidia. Mas ao que parece, o interesse não correspondeu às expectativas e o investimento já feito pode traduzir-se em centenas de milhões perdidos.
O plano B da Intel: 14A e olhos nos rivais da TSMC
Apesar de ainda não existir uma decisão oficial, tudo indica que a Intel vai apresentar esta mudança de rumo ao conselho de administração já este mês. A confirmação final só deve chegar no outono, mas o sinal está dado! O 14A é agora o foco para tentar recuperar o terreno perdido face à TSMC.
Porém… Atenção! Isto não significa que o 18A desaparece por completo.
A Intel vai continuar a produzir chips com este processo para os clientes que já o contrataram, como é o caso da Amazon e da Microsoft. Aliás, os próprios processadores Panther Lake, que chegam ao mercado no final de 2025, também vão usar o 18A. De facto, estão ainda previstas variantes melhoradas como o 18A-P (para 2026) e o 18A-PT (em 2028), mas para já, tudo indica que só servirão para uso interno.
Mais uma reviravolta pós-Gelsinger
Se esta decisão avançar, será mais um sinal claro de que a era de Pat Gelsinger chegou mesmo ao fim. A Intel está em modo sobrevivência e precisa de simplificar. O objetivo? Cortar custos, recuperar a confiança dos investidores e tentar seduzir clientes que hoje estão nas mãos da TSMC.
Algo que pode parecer complicado, mas seria bom para todos nós. É que ter uma TSMC forte e isolada não é positivo para ninguém. Aliás, a escalada de preços dos últimos 5 anos deve-se a isso mesmo.