A Netflix é o serviço de streaming mais popular à face da terra, porque sempre foi o mais completo. Aliás, podemos até dizer que é o serviço de streaming que começou o domínio desta forma de partilhar conteúdo audiovisual a partir da Internet.
Mas, apesar do facto de a Netflix ter sido capaz de conquistar os nossos sofás, a realidade é que no lado do cinema a coisa continua complicada. Sim, é verdade que foram feitos grandes investimentos, ao ponto de as coisas até terem mudado para a indústria, porque os contratos eram de facto muito aliciantes. Mas em termos de qualidade e fama… A coisa está muito longe de ser incrível.
Ninguém quer saber dos filmes da Netflix. Há provas!
Pois bem, agora há números que confirmam aquilo que muitos já suspeitavam. Ou seja, que ninguém se lembra dos filmes da Netflix.
Mais concretamente, o jornal The New York Times divulgou recentemente uma lista com os 100 melhores filmes do século XXI, votada por mais de 200 mil leitores. E adivinha quantos filmes originais da Netflix entraram nessa lista? Zero. Nem um.
Muito dinheiro! Pouca história?
Claro que há uma pequena ligação com Knives Out (em 91.º lugar), mas o original foi lançado nos cinemas pela Lionsgate. A Netflix só entrou em cena depois, ao pagar 450 milhões de dólares pelos direitos das sequelas. E pronto, é isto.
Estamos a falar de uma empresa que gastou milhares de milhões de dólares em cinema. E de facto, os prémios até aparecem, mas… ninguém se lembra dos filmes.
O caso “Emilia Pérez” e o flop de 320 milhões
No último ano, o grande destaque da Netflix nos Óscares foi o musical Emilia Pérez. Teve nomeações, ganhou dois prémios secundários, mas no Rotten Tomatoes tem um miserável 17% de aprovação do público.
E o cenário repete-se. O novo épico de ficção científica dos irmãos Russo, The Electric State, custou 320 milhões de dólares. Resultado? 14% no Rotten Tomatoes. Um desastre com pedigree.
A verdade é estranha?
O problema da Netflix é aparentemente simples. Ou seja, os filmes até têm bons atores, bons realizadores, boas campanhas… mas não deixam marca. São esquecidos logo após estrearem. Algo muito estranho, e claro, para quem quer competir com o cinema tradicional, é um falhanço enorme.
Mesmo assim, o co-CEO Ted Sarandos continua a dizer que os cinemas são “coisa do passado” e que a Netflix está a salvar Hollywood. Só que os cinco filmes mais amados do século (Parasitas, Mulholland Drive, There Will Be Blood, Interstellar e No Country for Old Men) passaram todos nos cinemas. Foram vividos em grupo. Foram falados, sentidos, recordados.
Em suma, a Netflix tem o dinheiro, e como tal também tem o talento. Mas continua sem ter aquilo que mais importa, a magia ou a alma.
Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!