Ainda te lembras quando o streaming era a solução? Quando bastava pagar uma mensalidade e tinhas acesso a tudo, sem publicidade, com boa qualidade e total conveniência? Pois… esses dias já estão longe, e ao que tudo indica, ainda vamos ter muitas saudades deles.
Hoje, o cenário é outro! Preços a subir, catálogos fragmentados e uma avalanche de serviços a pedir mais do que aquilo que oferecem. Por vezes com qualidade (demasiado) duvidosa.
Quando o serviço oficial é caro e mau? Qual é a resposta? É a pirataria.
O ciclo vicioso do streaming
Provavelmente já não se lembra, mas Netflix parecia um sonho. Filmes e séries a qualquer hora, felizmente por um preço acessível.
Foi por isso que a pirataria desceu a pique, chegando ao ponto de quase desaparecer. Isto porque simplesmente não valia a pena o esforço de andar a sacar coisas quando tudo estava a um clique de distância. Mas claro, nada bom dura para sempre. Especialmente quando a ganância tem algo a dizer.
Quando é que tudo mudou?
Os grandes estúdios perceberam que, em vez de cederem conteúdos à Netflix, podiam criar as suas próprias plataformas e ficar com o lucro todo. Resultado? Hoje temos HBO Max, Disney+, Prime Video, Paramount+, Peacock e sabe-se lá mais quantos serviços. Cada um com um pedaço do catálogo. Se quiseres ver tudo, prepara-te para pagar mais de 100€ por mês.
O streaming deixou de ser bom negócio
Apesar de os 4K serem quase sempre uma falácia, a Netflix já cobra mais de 20€ por mês pelo plano 4K. Disney+, Amazon, tudo a subir, por vezes com anúncios à mistura. O catálogo? Cada vez mais inchado com lixo reciclado, spin-offs irrelevantes e reality shows de segunda.
Pagas mais… por menos.
Enquanto isso, a pirataria voltou a ser tentadora! Isto porque não tem anúncios. Tem qualidade. Está tudo num só sítio. Ou seja, não tens de pagar cinco serviços diferentes para ver uma temporada de uma série.
“Se comprar não é ter, então piratear não é roubar”
Este lema, que se tem espalhado pelos fóruns e redes sociais, resume bem o sentimento geral. As pessoas estão fartas de pagar por algo que não lhes pertence. Perdes o emprego? O cartão falha? Ficas sem acesso à tua biblioteca de filmes e séries.
Isto porque, a verdade é que não compraste nada. Só alugaste. Como era antigamente o clube de vídeo da tua terra.
As empresas estão em pânico.
A Apple TV perdeu mil milhões em 2024. A Roku está em queda. A Paramount nunca recuperou de alguns fracassos. Além disso, com cada vez menos subscritores novos para conquistar, o mercado começa a encolher.
A pirataria é um inimigo real, especialmente entre os mais jovens, que não só não querem pagar, porque muito provavelmente não conseguem.
É por isso que no Reddit, no YouTube, e no Telegram, está a nascer uma nova geração de “piratas soft”, movidos menos pela rebeldia e mais pela pura frustração. Porque entre pagar 20€ por um plano com anúncios, ou sacar a série sem interrupções, a escolha parece óbvia.
É cada vez mais comum ver jovens com Stremio e IPTV para ver desporto. Isto é perigoso.
O verdadeiro problema? Falta de valor
As plataformas deixaram de competir com base em conteúdo. Hoje, competem em quem consegue sugar mais ao utilizador sem o fazer cancelar. Chamam-lhe “inshitificação”. Ou seja, isto define quando um produto começa ótimo, mas fica progressivamente pior à medida que cresce, ao mesmo tempo que a empresa que o detém tenta maximizar lucro.
No fim, tudo isto se resume a uma questão: satisfação do cliente. É isso que falta.
As pessoas querem voltar a sentir que têm algo.
Até lá, a pirataria vai continuar a crescer. Não porque as pessoas querem fazer “crime”. Mas porque, no meio de tanta subscrição, é o único sítio onde ainda parece haver liberdade.
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