A BYD tem feito furor um pouco por todo o mundo, onde podemos incluir o nosso pequeno Portugal, que é uma região pequena, mas sempre rendida a tecnologia poderosa, prática, e claro, capaz de aparecer a um preço justo. Sim… Tecnologia! Os automóveis atuais são cada vez mais tecnologia, pura e dura, isto em vez de serem apenas mais um motor com 4 rodas, volante e pedais.
Dito tudo isto, a verdade é que nem tudo pode ser bom. Por isso, o Seal-U, que inicialmente até nos surpreendeu, é inegavelmente uma prova de que a BYD ainda não sabe tudo para reinar na Europa.
BYD Seal U: o SUV que promete muito… mas conduz pouco
Portanto, depois do sucesso do Seal, que é de facto um automóvel muito acima da média, o BYD Seal-U apareceu como uma proposta multi-facetada e bem pensada, graças ao facto de aparecer em duas versões, uma puramente elétrica, e uma outra baseada em uma motorização plug-in DM-I.
Um carro chinês com um motor a combustão? Sim! Foi uma novidade para mim.
Porém, apesar do design cair em linha com tudo o resto que a BYD anda a oferecer, e de a qualidade interior também ser muito interessante, o que também cai na linha com a restante gama da marca, a verdade é que no lado da condução, ambos os modelos acabaram por desiludir por diferentes razões.
Como é a condução?
Em ambas as motorizações, podemos dizer que é um sofá com rodas. Porém, isto nota-se mais no lado elétrico, porque é mais pesado. Além disso, no modelo plug-in, parece que falta um pouco de performance quando o motor a gasolina de 1.5L é chamado ao serviço.
Sim, temos interiores espaçosos, muita tecnologia, e até uma autonomia elétrica muito razoável no lado elétrico das duas versões, visto que até a versão plug-in é capaz de oferecer 70~100 quilómetros. Infelizmente, o problema começa mal se gira o volante.
Isto porque o carro é muito mole, tão mole que quase parece flutuar.
Ou seja, para percursos curtos, mais citadinos, até poderá soar bastante bem. Mas, quando o alcatrão fica irregular, e a exigência aumenta, o Seal-U revela-se pouco controlado, e por vezes até desconcertante.
A direção é demasiado leve, o que torna o automóvel pouco apontado, e por vezes até irritante.
Já no lado da motorização em si, em ambas as versões, as coisas até funcionam muito bem.
O elétrico cumpre na autonomia e na prestação, isto enquanto a motorização híbrida plug-in oferece cerca 100 quilómetros puramente elétricos, que até podem ultrapassar esta marca se tiver algum controlo no pedal do acelerador. Ou seja, com a ajuda da motorização a gasolina significa que vai conseguir uma condução muito eficiente e inteligente, porque pode gerir a bateria da melhor forma possível, ou se quiser, fazer percursos curtos de forma 100% elétrica.
Interior
Como sempre, o destaque vai para o ecrã rotativo de 15.6 polegadas, que impressiona pelo tamanho e pela fluidez. Tem CarPlay, Android Auto e uma interface que cumpre (mesmo que nem sempre seja intuitiva).
Temos materiais de qualidade, mas também muitos plásticos rijos. É notório que o Seal-U foi pensado para ser mais acessível. Já no lado do design, embora moderno, é algo genérico.
Em resumo, está acima da média para este preço.
Espaço?
iSso é coisa que não falta. Os bancos traseiros têm muito espaço para pernas e cabeça, o que não é comum em híbridos acessíveis. O porta-bagagens oferece 425 litros, mais do que alguns rivais como o Kia Niro, embora fique atrás do MG HS (507 L) ou do Hyundai Tucson (558 L).
Porém, não há arrumação para cabos por baixo da bagageira.
Segurança!
Neste capítulo, a marca fez o trabalho de casa.
O Seal U conquistou 5 estrelas nos testes Euro NCAP, com bom desempenho em proteção de adultos e crianças, bem como nas ajudas à condução. Vem de série com cruise control adaptativo, travagem de emergência e assistência à manutenção na faixa.
Vale a pena?
Depende da sua utilização diária.
Ou seja, se procura um SUV híbrido plug-in com muito espaço, equipamento generoso e tem um orçamento limitado, o BYD Seal U pode ser uma escolha válida. Mas tem de aceitar os compromissos: comportamento em estrada abaixo da média, materiais interiores mistos e um design tão genérico que ninguém vai olhar duas vezes.
É um carro honesto? Sim. É o melhor do segmento? Nem por isso. Mas no mercado atual, às vezes o preço fala mais alto do que a emoção ao volante.
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