As declarações são do próprio Vice Presidente Global, Hugo Barra, à Reuters.
A entrevista surge num momento em que a Xiaomi viu as suas vendas de smartphones na China severamente atingidas, com perdas de 45%. Entretanto, os principais concorrentes, como Huawei e Oppo, ganham distância e comem-lhe a fatia de mercado.
No entanto, para Hugo Barra, esse não é um factor que vá afectar a Xiaomi, simplesmente porque a rentabilidade dos smartphones não faz parte do seu modelo de negócio.
As suas declarações são peremptórias:
“Estamos fundamentalmente a dar smartphones sem fazer qualquer dinheiro… Estamos focados nos fluxos de rendimentos ao longo de vários anos”.
Mas especificamente, a Xiaomi poderia “vender milhões de terminais e não estaria a fazer um cêntimo de lucro”.
A marca Chinesa tem-se focado crescentemente nos seus produtos domésticos e inteligentes, incluindo aspiradores, por exemplo. O modelo de negócios seria portanto mais virado para serviços a longo prazo e ecossistemas, não dependendo dos Smartphones.
As palavras de Barra devem no entanto ser entendidas à luz dos recentes recuos das vendas da marca, lançando especulações de que a marca poderá em breve sofrer falta de fundos. Barra nega tal possibilidade.
No entanto, a mera ideia de vender bens de consumo sem lucro pode despertar a hostilidade de concorrentes que se sintam alvo de concorrência desleal. Esta aposta em não fazer lucro explica parcialmente como a Xiaomi consegue criar material flagship a preços generosos por comparação à concorrência.
No entanto será uma estratégia arriscada, pois implica a obrigatoriedade dos restantes vectores de negócio terem lucro e sucesso. Caso a estratégia falhe, a divisão de smartphones poderá ver-se rapidamente sem sustentabilidade.
Mas com planos de expansão para diversos mercados, incluindo o Americano, é possível que a Xiaomi mantenha esta abordagem até conseguir uma fatia de mercado apreciável, após o que não seria de todo surpreendente se os preços escalassem. Os tais vectores de negócios são, afinal, essencialmente destinados ao mercado Chinês.
Em ambas as hipóteses, a Xiaomi tal como a conhecemos, pode mudar profundamente.
Que pensam os nossos leitores? Será o fim dos Xiaomi baratos?
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