O jogo mudou! Esta é a mais pura das realidades. A Google já não é apenas a fornecedora de software, visto que a aposta no ecossistema Pixel está cada vez maior e mais interessante, e como tal, a gigante da pesquisa Norte-Americana é cada vez mais uma rival a sério. (O que acaba por ser estranho, e por vezes até injusto para quem andou a investir forte e feio no ecossistema Android, para depois apanhar a Google como rival.)
Juntando isto ao facto de a Google ser uma empresa Norte-Americana, e por isso mesmo ser um fator de instabilidade para as (muitas) fabricantes Chinesas, podemos estar prestes a ver um abanão a sério no mundo mobile.
Xiaomi prepara futuro sem Google? Seria uma bomba!
Portanto, a Xiaomi parece estar a preparar-se para um futuro sem Google.
Segundo novos rumores, a gigante chinesa pode estar a colaborar com a Huawei, e pelos vistos também com o grupo BBK (dono da OPPO, Vivo e OnePlus), de forma a desenvolver o HyperOS 3, uma versão do seu sistema operativo completamente livre das apps e serviços pré-instalados da Google.
Um caminho que todas as outras fabricantes aqui referenciadas devem também seguir.
Porquê agora?
O contexto internacional ajuda a explicar. As sanções impostas pelos EUA à Huawei mostraram que qualquer grande fabricante chinês pode, a qualquer momento, ser apanhado na mesma rede.
Assim, mesmo que a Xiaomi ainda tenha licença para usar o Android com todos os serviços da Google, ninguém sabe quando a administração Trump poderá decidir mudar de ideias.
A experiência da Huawei neste campo é um trunfo óbvio.
Afinal, foi ela que desenvolveu o HarmonyOS para sobreviver à exclusão do ecossistema Android. Agora, Xiaomi e BBK podem usar esse know-how para criar uma alternativa própria, pronta a ser ativada caso os ventos políticos virem.
Mas será que isto faz sentido?
Fora da China, abandonar os serviços da Google é uma jogada arriscada. É exatamente por isso que, apesar do facto de a Huawei ainda existir na Europa, e de até vender muito bem no lado dos wearables, a fabricante deixou de apostar quase por completo nos smartphones e tablets. Sem Google… É mesmo muito complicado.
Assim, mesmo que a Xiaomi consiga criar uma loja de apps própria e alternativas credíveis para as ferramentas mais usadas. Conquistar milhões de utilizadores no mercado global sem o Android clássico vai ser tudo menos uma tarefa fácil.
Ou seja, pelo menos por enquanto, tudo indica que o HyperOS 3 está a ser tratado como um plano B.
Mais concretamente, a Xiaomi não deve cortar laços com a Google enquanto isso significar perder clientes e receitas gigantes. Porém, é um caminho alternativo, que fica desde já aberto, caso as coisas se compliquem.
- Nota: Aliás, não acharia nada estranho que todas as fabricantes optassem por este caminho. Até a Samsung. As coisas com os Estados Unidos, que é onde a Google, Qualcomm, etc… Se baseiam, não está mesmo nada fáceis.
Aliás, não nos podemos esquecer que a Xiaomi também já anda a desenvolver processadores e modems próprios. O que também poderá ser uma preparação para o que poderá acontecer no mercado globla. Ninguém quer ser apanhado de “calças na mão”, como aconteceu à Huawei.
Infelizmente, em vez de um mercado eficiente e unido, temos cada uma das fabricantes a remar para o seu lado, o que poderá mudar, para todo o sempre, o mundo mobile.
O que achas disto? Confiarias num Xiaomi sem Android nem Google Play? Partilha a tua opinião nos comentários!